senhores,
sou um poeta. sou um multipétalo uivo, um defeito, e ando com uma camisa de vento ao contrário do esqueleto. sou um instantâneo das coisas apanhadas em delito de paixão, uma impudência posta à mesa. por tanto, por tudo, uma estrutura líricorgânica necessitada dos ingredientes que, unos, formam os versos, versos que, por sua vez, alimentam-me de sonhos. e os sonhos são imprescindíveis para alma & mente bem nutridas, saudáveis. lembrem-se sempre: a poesia é para comer.
beijo bom em todos,
paulinho.
_______________________________
um multipétalo uivo um defeito
e ando com uma camisa de vento
ao contrário do esqueleto.
Sou um vestíbulo do impossível um lápis
de armazenado espanto e por fim
com a paciência dos versos
espero viver dentro de mim.
Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes.
Senhores banqueiros sois a cidade
o vosso enfarte serei
não há cidade sem o parque
do sono que vos roubei.
Senhores professores que pusestes
a prémio minha rara edição
de raptar-me em crianças que salvo
do incêndio da vossa lição.
Senhores tiranos que do baralho
de em pó volverdes sois os reis
sou um poeta jogo-me aos dados
ganho as paisagens que não vereis.
Senhores heróis até aos dentes
puro exercício de ninguém
minha cobardia é esperar-vos
umas estrofes mais além.
Senhores três quatro cinco e sete
que medo vos pôs por ordem?
que pavor fechou o leque
da vossa diferença enquanto homem?
Senhores juízes que não molhais
a pena na tinta da natureza
não apedrejeis meu pássaro
sem que ele cante minha defesa.
Sou um instantâneo das coisas
apanhadas em delito de paixão
a raiz quadrada da flor
que espalmais em apertos de mão.
Sou uma impudência a mesa posta
de um verso onde o possa escrever
Ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.
Caro Paulinho,
Gostei de um de seus poemas, “Homem dentro do pesadelo”.
Gostaria de ter a liberdade de publicá-lo no meu blog, creditando o poeta, com toda certeza.
Abraço,
FV
felipe,
por favor, sinta-se à vontade para levar a poesia que quiser, desde que, como você mesmo bem disse, seja dado o crédito da obra ao autor, cuidado extremo que possuo aqui.
no mais, é divulgar, em larga escala, a poesia!
grande abraço!
e volte semmpre!
Paulinho,
Ótimo! Lembrou-me Gilberto Gil: “EXTRA” – “livrai-nos desse tempo escuro”
Abração,
Adriano Nunes.
adriano,
tiro certeiro! também enxergo a semelhança!
beijo grande!