pessoas,
esta mensagem segue por conta daqueles estímulos que os amigos são capazes de despertar. há algum tempo, recebi um e-mail do meu querido daniel perez, que colocou um poema, pelo qual fiquei completamente apaixonado, no final do seu texto. quando li o nome do autor, uma sensação boa logo se instaurou: trata-se de um grande poeta da literatura infanto-juvenil, lindo lindo lindo, chamado leo cunha.
grande autor, este é um poeta para todos os pimpolhos.
para todos os pimpolhos mesmo: porque, sabemos todos, podemos cultivar e conservar a criança que bate dentro do peito, dando-nos, por sua presença, novas alcunhas e senhas para enxergarmos o mundo. ao meu ver, a melhor das alcunhas que podemos ter.
então, para os ‘pequenos’ de quaisquer tamanho e idade, segue um pouco de poesia infanto-juvenil.
beijo em vocês, crianças!
o preto,
paulo sabino,
ou, infornalmente, paulinho.
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(todos os poemas = leo cunha)
ESCULTOR
Para quem olha a pedra dormindo
e escuta seus sonhos.
Para quem olha a pedra sorrindo
e rouba seu coração.
Para quem olha a pedra olhando
seus olhos no espelho.
Para quem vê a pedra criando
vida em sua mão.
CLARO E ESCURO
O bebê morcego
tem medo
do claro.
Só dorme de lua
apagada
e estrelas caladas
piscando no céu.
TOM SOBRE TOM
Vovó Violeta
bordou uma jaqueta
bordô
com linha vinho.
Aliás, lilás…
BAGUNÇA
Bagunça rima com criança,
bagunça é prima da lambança,
bagunça dança, bailarina,
começa e nem sempre termina,
bagunça mansa,
essa menina,
descansa de pança pra cima.
ESTILOS
Nadar de borboleta
não é nada.
Bom mesmo é voar feito a danada.
CASTIGO
Podem me prender no quarto,
eu saio pela janela.
Podem trancar a janela,
eu fujo pelo telefone.
Podem cortar o telefone,
eu pulo dentro de um livro.
CONVERSANDO COM A TELA
“Você quer folhear o meu cabelo?
É muito fácil fazê-lo!
“Não. Quero dar um puxão de orelha, deixa,
só pra ler sua bochecha.
A GIRAFA VIDENTE
Com
aquele
pescoço
comprido
espicha
espicha
espicha
a bicha
até parecia
que via
o dia de amanhã
PAIXÃO ELETRÔNICA?
vidrei no video
gamei no game
porém do livro
não me livrei
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Paulinho,
Muito bons os poemas! Achei o poema sobre a girafa perfeito. Como sou “meio” concretista, adoro essas formas sugestivas/visuais/criativas que só o verso é capaz de lançar no mundo… Valeu!
Abração,
Adriano Nunes.
adriano, querido,
você é “meio” concretista? como assim? você é um SUPER concretista!
entendo perfeitamente o fato do poema sobre a girafa ter chamado a sua atenção. 😉
beijo grande em você!
Paulinho,
tô encantado com esses poemas, não conhecia Leo Cunha. Belíssima postagem.
Um beijo, querido.
que coisa boa, querido arthur!
fico muito feliz por você gostar!
grande grande beijo!
Oi, Paulinho (foi logo no informal, he he):
Vinda lá do sebo do nosso amigo Mariano, estou há um bocado de tempo lendo seus lindos textos (como o último, sobre Betânia) e os lindos textos de outros que você traz, inclusive o de outro interlocutor comum a nós dois, o Adriano Nunes. Escolhi estes poemas para postar meu comentário porque adoro bons poemas para crianças, e estes, do Leo Cunha, são excelentes!
Vou voltar, gosto de blogs assim com bons textos e alto astral. Abraços. :-))
janaína,
que grata surpresa, que bacana saber!
pois a quero aqui, sempre!
a casa é nossa!
um grande beijo!