queridos,
estou envolto por questões afins às linhas que seguem abaixo: o fato de estarmos vivos e a consciência que temos deste fato: o de estarmos vivos. o fato da psique, do cogito, da alma, do espírito, da mônada, da auto-evidência do eu.
abaixo, versos curtos, rápidos, qualificativos, que caracterizam muitíssimo bem a trajetória de tudo que: vivo, de tudo que: ativo, de tudo que: aflito. de tudo como nós, seres precários, perecíveis, provisórios, falíveis, impuros, incertos, instáveis, defectíveis, não satisfeitos nunca: seres vivos. que, apesar dos desacertos e mazelas e horrores, são capazes de afirmar: o que mais vale a pena é estar vivo. sim, é estar vivo, todavia, lembrem-se: bom não é viver, mas viver bem. cuidemos para que esse verso, vindo de um filósofo que muito admiro, floresça, alcançando tudo & todos.
esta maravilha, poesia pura, compõe uma canção-fruto nascida do grande poeta carlos rennó em parceria com o super-super, minha paixão, este grande “trovador” a serviço da música, lenine.
tenham o prazer de conhecer as linhas.
beijo em vocês,
com carinho,
o preto.
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vivo (parceria de carlos rennó e lenine)
precário
provisório
perecível
falível
transitório
transitivo
efêmero
fugaz e
passageiro:
eis aqui um vivo
impuro
imperfeito
impermanente
incerto
incompleto
inconstante
instável
variável
defectivo:
eis aqui um vivo
eis aqui
e apesar
do tráfico
do tráfego equívoco
do tóxico
do trânsito nocivo
da droga
do indigesto digestivo
do câncer
vir do cerne do ser vivo
da mente
o mal do ente coletivo
do sangue
o mal do soropositivo
e apesar
dessas e outras
o vivo afirma
firme
afirmativo:
o que mais vale a pena é estar vivo
não feito
não perfeito
não completo
não satisfeito
nunca
não contente
não acabado
não definitivo:
eis aqui um vivo:
eis-me aqui
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