queridos e queridas,
quando bati os olhos neste poema, mais precisamente, depois de lê-lo e de reler o seu título, cinco mulheres lindas surgiram-me de imediato.
tratam-se de grandes amigas, por quem possuo o mais alto sentimento de amor. são daquelas “para o que der e vier”, com suas peculiaridades, suas especificidades, todavia, com características bem semelhantes: mulheres fortes, ágeis, sempre solícitas, que “estão na chuva para se molharem”, no entanto, magicamente, também com um lado que me parece frágil, muy delicado, necessitado de cuidados, cuidados que este preto se disponibiliza a oferecer sempre que precisam, que precisarem; e todas as cinco — foi exatamente esta característica que me levou a elas em pensamento — são APAIXONADAS por gatos: maria cristina martins (a minha crisca), sabrina guerghe, lígia julianelli, cris alice resende e júlia selma. o título das linhas que lhes envio clarifica que a lição aprendida foi ensinada por um felino.
o poema trata da eternidade do tempo transitivo, ou seja, fala da eternidade do tempo que nos cabe, da eternidade do tempo que é nosso, que é eterno por perdurar EXATAMENTE a nossa existência, posto que vida, posto que caminho a caminhar, posto que trilha a trilhar, apenas, somente, enquanto vivo.
portanto:
vivamos as nossas eternidades!
vivamos enquanto há tempo!
vivamos enquanto vivemos!
esta é a nossa única possibilidade concreta, não se esqueçam.
beijo em vocês!
o carinho de sempre,
paulo sabino / paulinho.
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(autor: Ferreira Gular. livro: Muitas vozes. editora: José Olympio)
LIÇÃO DE UM GATO SIAMÊS
Só agora sei
que existe a eternidade:
é a duração
finita
da minha precariedade
O tempo fora
de mim
é relativo
mas não o tempo vivo:
esse é eterno
porque afetivo
— dura eternamente
enquanto vivo
E como não vivo
além do que vivo
não é
tempo relativo:
dura em si mesmo
eterno (e transitivo)
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