CLARIDADES

queridas pessoas,
 
os estilhaços de azul por entre as nuvens pertinazes, hoje, no rio de janeiro, me impeliram a depositar, aqui, as claridades restantes e pousadas nos trechos de livros da extraordinária clarice lispector, fragmentos de lume destacados nas salas de uma exposição, já findada, sobre a obra da escritora.
 
(por mais fracassada a linguagem em suas funções, ainda assim, por maior a incapacidade e inoperância ao traduzir “exatamente” as experiências nossas na vida, ainda assim, as linhas abaixo: capazes de iluminâncias.) 
 
beijo bom em todos,
paulo sabino / paulinho.
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“Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. Não me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva.” (A descoberta do mundo)
 
“O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem.” (A paixão segundo G.H.)
 
“Escrevo simplesmente. Como quem vive. Por isso todas as vezes que fui tentada a deixar de escrever, não consegui. Não tenho vocação para o suicídio.”
 
“Escrevo-te em desordem, bem sei. Mas é como vivo. Eu só trabalho com achados e perdidos.” (Água-viva)
 
“Os objetos são tempo parado.” (Água-viva)
 
“Embora eu saiba que o horror – o horror sou eu diante das coisas.” (A paixão segundo G.H.)
 
“Viver não é relatável. Viver não é vivível.” (A paixão segundo G.H.)
 
“O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se me entendesse.” (A descoberta do mundo)

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