esta canção me comove por tudo: pela intérprete, pelo tema, pelos versos, pela música, pelo arranjo e pelo autor, que é “a” identidade do mar, como bem versejou elisa lucinda num lindo poema a ele dedicado. não imagino, quando penso nas águas marinhas, no canto que emitem, em toda simbologia que as cercam, ninguém mais afim a elas que ele, uma espécie de “netuno baiano” (rs), homem de relação estreita com TODO universo marinho, universo que transborda no meu olhar e na minha alma: o sábio, bonito e saboroso dorival caymmi.
atualmente, quando vou de encontro ao atlântico, esta é a canção que me embala. ela me traduz, traduz o meu desejo de águas, desejo sequioso, desesperado, desejo salgado, espelha e venta os meus sentidos aguados pelo mar.
escreveu a grande poeta portuguesa sophia de mello breyner:
Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto do mar
que assim seja.
(odoiá!, minha mãe do mar.)
beijo molhado em vocês!
o preto.
(o áudio da canção segue em anexo, com um vídeo lindíssimo, que muito me comove pela beleza das imagens. fica a minha homenagem ao mestre marinho, que, hoje, certamente, vive cercado de sereias e seres fantásticos.)
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(versos extraídos do cd: Maré. artista: Adriana Calcanhotto. gravadora: Sony & BMG.)
Quando se for
Esse fim de som
Doida canção
Que não fui eu que fiz
Verde luz verde cor
De arrebentação
Sargaço mar
Sargaço ar
Deusa de amor, deusa do mar
Vou me atirar, beber o mar
alucinado, desesperar
Querer morrer para viver
Com Iemanjá
Iemanjá, Odoiá
Iemanjá, Odoiá
Iemanjá, Odoiá
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violão: Gilberto Gil
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