moças & rapazes,
a poesia que segue, de minha autoria, é dedicada a um grande amigo pelo seu aniversário. ela vai para o responsável, em termos práticos, pela existência do “prosa em poema”. um menino lindo, inteligente, com quem adoro conversar, que sempre me diz muito com suas colocações. possuímos sentimentos grandes de carinho e de respeito mútuos. apesar do pouco tempo, a nossa amizade já mostrou que veio para ficar.
francisco ferraz, este post, hoje, é inteirinho seu (rs)!
gosto um bocado destas linhas porque elas traduzem um tanto do que espero de mim no meu caminho. é um hino à vida, um canto de resistência, de vigor, um elogio à existência, apesar dos seus perigos, apesar dos seus pesares. se há uma coisa que temo é a desistência de mim. isso eu não quero de jeito nenhum!
afirma clarice lispector:
Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.
tudo o que é vida me incita, senhores. e me incita porque, nela, na vida, não existe um caminho “certo” a ser seguido. são muitas as maneiras de se fazer valer uma existência, são várias as verdades para se constituir uma rota. por isso, tento não me atropelar com as divergências, com as discordâncias, que são naturalmente geradas. assento, vivo o meu alento enquanto tenho tempo, enquanto é tempo, enquanto há tempo. querendo ou não, na trilha, tudo passa (para o bem e para o mal). e justamente porque tudo passa, que não me amassa a desgraça de nada. a graça da vida, para mim, reside nisto: as desditas, as desventuras, aprimoram-me para as conquistas, para as vitórias. através dos insucessos, ganho gana para correr atrás dos triunfos, dos êxitos.
se o que há para viver é turbilhão, é a luz anêmica na escuridão, é a blusa com falta de botão, se o que se tem em mãos é um grande & robusto quisto, vamos que vamos, sem parar: conduzo-me pelo que foi e é dito a vocês — disse e digo: tudo o que é vida me incita / a desgraça de nada me amassa / tudo, um dia, passa —, pondo mais peito, mais garra, no que me insisto. é assim que atravesso quaisquer turbilhões, é assim que transponho a escuridão com sua luz anêmica, é desse modo que visto qualquer blusão com falta de botão.
cravo a minha vitória com ou sem gol, isto é, venço a todo custo, até mesmo quando fracasso. pois o fracasso muito me ensina, muito me mostra, sobre a arte de viver. não é bom, não é bacana fracassar, errar, contudo, faz parte do jogo. aceito, em mim, todas as nuances da aposta.
assim eu sigo, assim eu vou, assim eu sou.
e espero contar com você, francisco!, nas venturas e desventuras, sempre disposto, disponível, sempre a fim de mais & mais & mais.
é com fome de vida que conseguimos mudanças efetivas.
beijo em todos!
um outro especial em você, chicão!
o preto,
paulo sabino / paulinho.
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CAMINHO (Paulo Sabino)
tudo o que é vida
me incita
— à sua luz,
pele pupila papila narina,
tudo se potencializa —.
a verdade destituída
de verdade:
no fundo, puro embate.
por isso assento,
vivo o meu alento
enquanto há tempo:
pois que tudo passa,
e, passando, de nada
me amassa a desgraça.
(aí está da vida a graça:
as desditas
aprimoram-me
às conquistas.)
o que há para viver? turbilhão?
uma luz anêmica na escuridão?
a blusa com falta de botão?
mas a minha vida é isto!:
por maior, por mais robusto o quisto,
conduzo-me pelo que foi e é dito,
pondo mais peito no que me insisto.
sem mais história:
o lance é cravar a vitória
com ou sem gol.
assim eu vou.
Paulinho,
Os poemas sempre direcionados têm algo que não pode nunca ser julgado… Quem pode julgar a fundo uma alma ou um coração? Parabéns!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
pois é,
como chegar ao fundo do fundo? como?
agradeço a você, sempre.
beijo grande, meu querido!