senhores,
devido à folia momesca que invade o meu brasil varonil de norte a sul, este espaço entra em recesso até a quarta-feira de cinzas.
aproveitarei um tanto da festa já que, como bem escreveu marcelo camelo, todo carnaval tem seu fim.
e, pensando nesse fim, lembrei-me de um poema-canção que adoro, onde uma mulher desatina e desaceita o término da falsa vida da avenida, desatina e desaceita os despojos da fantasia.
deixo os versos aqui, à apreciação de todos.
beijo grande!
divirtam-se! (ou aproveitem para descansar!)
o preto,
paulo sabino / paulinho.
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(do livro: Tantas Palavras. autor: Chico Buarque. editora: Companhia das Letras.)
ELA DESATINOU
Ela desatinou
Viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira
Bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou
Viu morrer alegrias
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando
E ela inda está sambando
Ela não vê que toda gente
Já está sofrendo normalmente
Toda a cidade anda esquecida
Da falsa vida da avenida onde
Ela desatinou
Viu morrer alegrias
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando
E ela inda está sambando
Quem não inveja a infeliz
Feliz no seu mundo de cetim
Assim debochando
Da dor, do pecado
Do tempo perdido
Do jogo acabado
Ela desatinou
Viu morrer alegrias
Rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando
E ela inda está sambando
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