nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia.
(tudo passa, tudo, sempre, passará.)
tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo.
(tudo muda, o tempo todo, no mundo.)
nada detém a foice do tempo.
somente através de nossas heranças, isto é, apenas através dos filhos que temos — e esses filhos, ao meu ver, podem ser pessoas, projetos, feitos, façanhas — conseguimos perpetuar, conseguimos eternizar, o tempo após a nossa partida.
pensemos nos frutos que colhemos, e que gestamos, e que preparamos, e que aprontamos, na árvore da vida.
(aqui dentro (em mim), sempre: como uma onda no mar…)
beijo em todos,
o preto,
paulo sabino / paulinho.
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(do livro: 44 sonetos escolhidos. autor: William Shakespeare. tradução: Thereza Christina Rocque da Motta. editora: Ibis Libris.)
SONETO 12
Quando conto as horas que passam no relógio,
E a noite medonha vem naufragar o dia;
Quando vejo a violeta esmaecida,
E minguar seu viço, pelo tempo embranquecida;
Quando vejo as altas copas de folhagens despidas,
Que protegiam o rebanho do calor com a sua sombra,
E a relva do verão atada em feixes
Ser carregada em fardos em viagem;
Então, questiono a tua beleza,
Que deve fenecer com o vagar dos anos,
Como a doçura e a beleza se abandonam,
E morrem tão rápido quanto outras crescem;
Nada detém a foice do Tempo,
A não ser os filhos, para perpetuá-lo após tua partida.
Paulinho,
I love Shakespeare so much! Save him!
Abração,
Adriano Nunes.
adriano, meu lindo & sempre sempre benvindo,
que maravilha! e este soneto, em especial, é tão bonito… se bem que, pensando melhor, tratando-se de shakespeare e seus sonetos fica difícil citar apenas um “em especial”. são todos tão lindos, tão espertos, tão delicados…
salve o william (rs)!!
beijO, meu poeta querido das alagoas!
ps: aliás, ontem, numa livraria, pensei em você. é que comprei um livro de um poeta também das alagoas, maurício de macedo, um livro chamado “palavras tortas”.
aproveito para dedicar o poema que segue a você, por conta desse seu singelo & bonito comentário de amor ao poeta inglês.
Sagração
Os versos do poeta romântico inglês,
joias da língua de Shakespeare.
E no exemplar do livro
do poeta romântico inglês,
a dedicatória ao filho
no seu aniversário.
Havia outra poesia
no exemplar do livro
do poeta romântico inglês,
além da poesia
do poeta romântico inglês.
Havia outro livro
que a dedicatória escondia,
um livro que só o filho
saberia encontrar e ler.
Paulinho,
Muito grato pelo poema. Emocionei-me profundamente. Sempre o estou lendo, sempre atento às suas criações e postagens.
Abraço forte,
Adriano Nunes.