benvindos,
o tempo é o grande milagre da vida do homem no mundo.
sem ele, onde a nossa existência?
sem ele, onde ser?
sem ele, onde estar?
é, sem sombra de dúvida, o deusupremo.
o tempo não tem começo nem fim, mas está vivo, animal respirando imenso em tudo o que a gente quer, sonha & realiza.
nada perdura na vida, a não ser o próprio tempo: finge que passa, mas fica.
imutável, modifica.
(alma do tempo é a mudança.)
o tempo é o sol do milagre:
o tempo, sol do milagre que é a existência, sol do milagre (que é a existência) porque, como o astro-rei, que possibilita a existência de vida neste planeta azul, o tempo é quem possibilita o ser de ser & de estar no mundo.
e ele, o tempo, chega na claridão de cada manhã.
manhã de primeiro de janeiro: manhã toda especial:
como é grande o dom da encantação do calendário!
a aurora deste dia é diferente: finge que não finge que é a mesma de todo & qualquer dia.
todavia, a questão de “fingir que não finge”, nesse caso, não pode ser com o dia; não pode ser o dia a fingir que não finge. não:
ainda que cada dia seja um, ainda que cada dia não seja igual a nenhum outro, pois que sempre um diferente dia, sucede que não é somente o dia que muda, que se renova e se transforma. sou eu mesmo quem mudo. sou eu mesmo quem não sou mais o mesmo, que, como o dia, me renovo e me transformo.
manhã de primeiro de janeiro: sou eu quem me começo; em primeiro de janeiro sou eu quem estou no amanhecer da própria vida, que chega limpa, de vestido novo, composto de retalhos da memória, vida que chega com os cabelos molhados de esperanças, vida que chega pedindo o meu amor profundamente, enquanto uma vontade de servir se inaugura, cantando no meu peito.
(o tempo está em nosso peito, clamando nas coronárias! atenção ao compasso do coração!)
uma ótima passagem de ano para TODOS!
um 2011 repleto dos três “esses”: Saúde Sorte Sucesso!
beijo GRANDE!
paulo sabino.
(dia 29 de dezembro, às 7h30 da manhã, já estarei com os meus pés rumo à estrada que me levará ao local onde eu & GRANDES amigos ficaremos durante a passagem do ano. lá, perto do meu amante maior, o mar, não há acesso à internet. portanto, até 2011, prezados! a partir do dia 03 de janeiro estamos na área!)
______________________________________________________________________________________________________________
(do livro: Campo de milagres. autor: Thiago de Mello. editora: Bertrand Brasil.)
O ALFANJE DO TEMPO para Antonio Faria
O tempo é o grande milagre
da vida do homem no mundo.
Não tem começo nem fim.
Mas está vivo, animal
respirando imenso em tudo
que a gente quer, sonha e faz.
O tempo que já passou
te conta como vai ser
o tempo que vai chegar.
Tudo leva a sua marca,
de pétala ou de ferrão.
Tudo traz o seu condão:
a criança correndo, o rio
passando, a rosa se abrindo,
a lágrima da alegria,
o silêncio da amargura,
a luz mansa da ternura,
o sol negro da pobreza.
O tempo é o nada que é nada.
O tempo é o tudo que é tudo,
o tudo que vira nada,
o nada virando amor.
O amor inventando estrelas,
a mais linda se apagou
na fronte da moça amada.
O tempo está no teu peito
clamando nas coronárias,
mas se esconde nas funduras
dos neurônios quando sonhas.
Está no fogo e no orvalho,
fermenta o pão que não chega,
arde o forno da esperança.
Alma do tempo é a mudança
que come o que vai mudando
e depois dorme sonhando
disfarçado de memória.
Nada perdura na vida,
a não ser o próprio tempo,
finge que passa, mas fica.
Imutável, modifica.
O tempo é o sol do milagre.
Cuidado, ele está chegando
na claridão da manhã.
A noite inteira ficou
no seu passo, te esperando,
de espreita em teu próprio sono.
Vem vindo para comer
na palma da tua mão.
Trata bem dele, aproveita,
enquanto há tempo, o que o tempo
permite ao teu coração.
Quem sabe ele vem trazendo
um alfanje? Ninguém sabe.
Pode ser uma canção.
ANO-NOVO
Primeiro de janeiro, como é grande
o dom de encantação do calendário!
Não é somente um ano que começa.
A aurora deste dia é diferente,
faz de conta que não está fingindo
que é a mesma de todo e qualquer dia
e já carrega a noite dentro dela.
Sucede que não é somente o dia.
Sou eu mesmo que já não me pareço,
que já não sou quem sou, que me começo.
Estou no amanhecer da própria vida
chegando limpa, de vestido novo
e feito de retalhos da memória,
os cabelos molhados de esperanças,
a candura do olhar enfeitiçado,
pedindo o meu amor profundamente,
enquanto uma vontade de servir
se inaugura cantando no meu peito.
Caríssimo Paulinho,
Muito grato por nos alimentar com suas “http://prosaepoema”.
É tão bão ter a opção de, meio ao turbilhão, parar e ler sua carinhosa coletânea. Significa algo do tipo, pegar o livro de cabeçeira, aquele dileto que é sempre o último que se lê.
Que Deus lhe dê saúde e retribua sua generosidade com muita PAZ e SABEDORIA.
FELIZ ANO ANOVO
caríssimo fernando,
bom saber que este espaço serve a tal intuito.
porque o “prosa em poema” foi criado também neste intuito, o de levar mais “leveza”, mais “encantamento”, à vida de quem poesia desejar. porque a poesia tem o poder de encantar.
(ao menos a mim – rs.)
muitíssimo obrigado pelas belas palavras!
FELIZ ano-novo!
abraço GRANDE!