vida: caminhos & mais caminhos que não sabemos, exatamente, onde darão.
a existência é cheia de nuances, de possibilidades, de escolhas.
por isso não existe um caminho CERTO a ser seguido, não existe uma trilha CERTA a ser inventada: por isso erramos.
e, errando, isto é, construindo o rumo mundo afora, vamos inventando os nossos labirintos, vamos confeccionando as nossas vastas redes de salas & galerias que se entrecruzam, na busca pelas coisas que queremos, que ambicionamos, e topando igualmente com coisas que, antes, não procurávamos, para, desta maneira, a construção do ser, sempre em formação, pois que sempre ser errante, pois que sempre ser vago a vagar.
só porque erramos, acertamos: esta é a única maneira de nos forjarmos.
(lembrem-se: não existe um caminho CERTO a ser seguido. a existência é cheia de nuances, de possibilidades, de escolhas: por isso errar, por isso enganar-se, por isso incorrer em erro; por isso erramos, por isso andamos sem um rumo certo, sem saber onde chegaremos.)
poder errar é sinal claro de que possuímos alternativas, de que possuímos liberdade para setas, para segui-las ou não.
assim sendo,
margem de erro: margem de liberdade.
sempre sabedor de que, na errância, a vida é árdua missão.
a vida, na “cadeia” do pensamento (na sua “cela”, na sua “prisão”), dói.
os problemas, estes batem à porta de qualquer um, não é preciso procurá-los.
(o real nos doerá para sempre.)
portanto, é justo construir torres abstratas, construir estruturas elevadas, altivas, que sirvam de fortaleza à luta, porém sabendo que a luta, diferentemente das torres, abstratas, a luta é real.
a construção de fortalezas abstratas, de torres que sirvam à proteção (eu tenho a minha: a poesia!) é de suma relevância, mas é preciso cuidado para que não nos enclausuremos nelas:
afinal, nossa visão se constrói sobre a luta, nossa visão se constrói quando debruçados na vida, quando de olhos atentos a ela.
não desistamos da batalha que a vida é!
não nos fechemos em torres abstratas!
sigamos juntos, em prol de melhorias constantes!
beijo bom em todos!
paulo sabino / paulinho.
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(do livro: Poesia reunida [1969-1996]. autora: Orides Fontela. editoras: 7Letras / Cosac Naify.)
ERRÂNCIA
Só porque
erro
encontro
o que não se
procura
só porque
erro
invento
o labirinto
a busca
a coisa
a causa da
procura
só porque
erro
acerto: me
construo.
Margem de
erro: margem
de liberdade.
TORRES
Construir torres abstratas
porém a luta é real. Sobre a luta
nossa visão se constrói. O real
nos doerá para sempre.
Paulinho,
Que bom que você consegue reunir as partes num todo belíssimo! Todos nós sonhamos com o poema ideal. Esse poema de Waly é lindo demais, talvez um dos mais belos que já li. Nem sei.
Beijo no coração,
A. Nunes.
bom saber que um poeta do seu quilate, com o seu talento, gosta do trabalho que este pretinho aqui vem realizando com a poesia.
isso me dá uma satisfação… que MARAVILHA!
beijo IMENSO em você, meu poeta das alagoas!