benvindos,
como vocês devem notar, há algum tempo o “prosa em poema” não recebe publicações novas de acordo com a freqüência habitual.
explico-lhes os porquês:
um deles, porque estava de férias o mês de junho e parte do mês de julho.
o outro, porque recebi a proposta da editora rocco para fazer o release, que é um texto de divulgação que segue à imprensa, de dois dos seus lançamentos: do livro de poesias inéditas do GRANDE affonso romano de sant’anna, chamado exercício de finitude (que afirmo, em primeira mão, que é lindo), e do lançamento dos sonetos da portuguesa, da CÉLEBRE poeta inglesa da era vitoriana elizabeth barrett browning, reunião de poemas românticos sobre sua própria história de amor com o poeta (conterrâneo) robert browning, em tradução do SUPER poeta leonardo fróes.
voltei das férias com essas duas funções extras.
logo logo a dinâmica do quotidiano regressa ao seu comum, e as publicações mais freqüentes, neste espaço, retornarão.
por enquanto, deixo-os com versos (belíssimos) que tratam deste espaço mínimo que é o corpo, território nosso, território mínimo, limitado, mas que mal conseguimos explorar.
linhas poéticas que falam do corpo, desta macau sempre à mercê do latejar de um músculo localizado ao lado esquerdo do peito.
o reino que é o corpo: “ame-o ou deixe-o” (como dizia um slogan à época da ditadura militar no brasil).
o espaço do corpo: ame-o ou deixe-o. sim, porém: amá-lo, amar esse espaço, pois essa é a única opção que nos resta. a outra é o asco, é a aversão, é o desprezo, e, se optarmos por essa segunda alternativa, a saída (a resolução) é a saída, é o desembarque, é o fim da viagem.
nenhum descobridor, nem mesmo o mais ousado navegador, jamais se desprendeu (e algum navegador tentou?) do cais úmido & ínfimo do eu.
sigamos nesta desconhecida & fascinante viagem que é: viver!, aceitando as limitações deste território que nos abriga.
beijo todos!
(e vamos que vamos!)
paulo sabino.
____________________________________________________________
(do livro: Macau. autor: Paulo Henriques Britto. editora: Companhia das Letras.)
II
Tão limitado, estar aqui e agora,
dentro de si, sem poder ir embora,
dentro de um espaço mínimo que mal
se consegue explorar, esse minúsculo
império sem território, Macau
sempre à mercê do latejar de um músculo.
Ame-o ou deixe-o? Sim: porém amar
por falta de opção (a outra é o asco).
Que além das suas bordas há um mar
infenso a toda nau exploratória,
imune mesmo ao mais ousado Vasco.
Porque nenhum descobridor na história
(e algum tentou?) jamais se desprendeu
do cais úmido e ínfimo do eu.
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Parabéns meu lindo!!! Os motivos para sua ausência são mais q nobres!!
Bj grande!
Bom, né, Brina?
Tô SUPER feliz!
BeijO, minha flor!