Quando a Pati & o Chicote resolveram ir (por volta das 20h30), decidi não voltar logo para casa. Como estava também na companhia do Orlando (meu camelo), rumei para o Arpoador, para ver a paisagem da ponta do litoral. Chegando, qual a minha surpresa ao encontrar, apesar do horário para mergulho em águas gélidas, um bom número de banhistas no mar. Resolvi deixar o Orlando fincado na areia, como costuma ficar, admirando o ser-azul a bater seus braços líqüidos na barra do areeiro.
Ao entrar na água, outra surpresa: contrariando a temperatura das últimas semanas, fria fria fria toda vida!, no Arpoador o mar estava mais quente, realmente agradável & convidativo. Delícia. Passei “horas” boiando & observando as estrelas.
Feliz por esse presente noturno, peguei o Orlando & com ele fui dar uma circulada, fazer algum exercício. Fui do Arpoador ao Leblon, observando a paisagem, as pessoas, o movimento de vida daquele momento, para, em seguida, voltar a casa.
Agora aqui estou, no recanto do lar, sentindo-me suave, sereno, feliz.
Uma boa conversa com grandes amigos, contemplação da paisagem, mergulho de mar, passeio com Orlando, observação do meio circundante: percebo que isso me basta para me sentir feliz, para me sentir de bem com a vida.
E quando penso no que me basta para me sentir feliz, para me sentir de bem com a vida, vejo que a felicidade pode estar bem ao alcance das mãos. Vejo que, dentro das possibilidades que me atingem (as descritas aqui, por exemplo), a felicidade não precisa, e nem deve, ser difícil.
Algumas pessoas dificultam demais o encontro com a felicidade. É um aprendizado, um exercício diário. Porque a vida não é mole; a vida tem a sua face empedernida. No entanto, temos que ter olhos às possibilidades que nos rondam. E, se não satisfeito com elas, brigar por mudanças.
No mais, o que me fica é o entendimento de que eu não preciso de muito para ser feliz. O que me faz feliz envolve uma certa dose de dinheiro (afinal, ser classe média bem mediana, e morando na zona sul carioca, está LONGE de ser moleza para mim), mas não envolve a dose mais gostosa, a dose que considero a principal.
E o que também me fica, no fundo, é a sensação de que todas essas constatações moldam o supra-sumo da minha sofisticação.
Ilustrando o que vos digo, senhores, este belo poema do mestre Mario Quintana, que me ronda a cabeça desde que comecei estas linhas:
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
Tendo-os na ponta do nariz!
Beijo todos!
Paulinho, querido,
Que lindas tuas palavras! “Algumas pessoas dificultam demais o encontro com a felicidade. É um aprendizado, um exercício diário. Porque a vida não é mole”
E não é mesmo isso? Temos os óculos quase sempre na ponta do nariz… 😉
Beijo grande
E que bacana a sua visita, minha flor!
Saudades, temos que nos ver!
Beijoca!