
(Na foto fora de foco, Paulo Sabino & o imprescindível Armando Freitas Filho.)
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O diálogo entre poetas (um deles, super experiente, e o outro, um novato) pode ser de uma riqueza inestimável (neste caso, para o novato – rs).
Há pouco tempo escrevi um poema porém não muito seguro dos recursos utilizados à sua arquitetura. Havia gostado dos versos embora não me parecessem “prontos”, como gostaria.
Por isso, resolvi escrever ao GRANDE poeta ARMANDO FREITAS FILHO & pedir a sua ajuda.
Nada como a voz da experiência…
Eis, aqui, o nosso diálogo:
“armando querido,
deixo, aqui, um poema da minha autoria. gostaria de saber a sua opinião a respeito, a sua impressão.
desejo muitíssimo a sua visão.
abraço grande!
paulo sabino.”
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As linhas do Armando:
“Caro Paulo: seu poema pede releituras. O que é bom sinal. Assim, de pronto, acho que os parênteses nas estrofes poderiam ser retirados. A leitura fica mais desimpedida e a meditação, camada por camada, rumo ao sentido do ser e do existir, ganha velocidade e se transfigura em mergulho de ponta-cabeça.”
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A minha resposta às linhas do Armando:
“armando queridíssimo,
concordo com você. de fato, fazendo a leitura sem os parênteses o poema ganha velocidade no mergulho & força dramática. além disso, relendo-o sem os parênteses, juntei o primeiro verso à estrofe seguinte, o que aumenta a beleza plástica do poema: as primeiras 4 estrofes com 4 versos + as 4 estrofes finais com 2 versos.
peço para que fique com esta versão aqui do poema, de que gostei mais.
obrigadíssimo por seu olhar, experiente & cirúrgico.
a versão nova ganhou a vertigem de leitura que merecia.
abraço grande & afetuoso!”
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Após a nova versão, as palavras do Armando:
“Parabéns, Paulo! Grande abraço. Armando.”
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Aos senhores, portanto, com o auxílio (luxuoso) do Armando, o mais novo poema do Paulo Sabino:
UM PARA DENTRO TODO EXTERIOR
nada a esconder
mesmo que
muito por
saber
o mundo
é um
para dentro
todo exterior
por detrás
do dentro
apenas o
dentro
nada
é o que há
para além
do que há:
o oculto
às claras
fundura
em superfície
o mistério
sem segredos:
todas as coisas
ao alcance dos dedos
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O poema ficou muito bom, Paulo.
🙂
Abração!
Querido Marcelo,
Bom saber que gostou! Ganhei o dia! 🙂
Abraço GRANDE!