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a gente muda.
(tudo muda, o tempo todo, no mundo.)
a gente muda, a gente se transforma, a gente se modifica, com o passar do tempo.
o paulo sabino de hoje, com 36 anos, não é o mesmo paulo sabino com 26 anos, que também não foi o mesmo paulo sabino com 16 anos, que também não foi o mesmo com 6 anos, e que também não será o mesmo com 46, ou 56, ou 66 anos.
as mudanças são inerentes à existência.
(tudo muda, o tempo todo, no mundo.)
a gente muda, a gente se transforma, a gente se modifica, com o passar do tempo.
e a gente, além de mudar, a gente, muda. a gente, além de mudar, a gente, sempre, muda.
muda: segundo o dicionário houaiss, “planta no início de sua evolução”.
nós, gente, nós, seres humanos, somos seres, por mais crescidos & adultos, sempre muito pequenos frente ao universo que nos abriga & que — justamente por nossa pequenez frente à grandiosidade do universo — desconhecemos desde sempre, numa ignorância atávica. essa ignorância, atávica, devido à nossa pequenez frente ao universo imensurável, nos leva a errâncias, nos leva a caminhos incertos, nos leva a caminhos duvidosos, nos leva a caminhos sujeitos a mudanças.
frente à grandeza do mundo, não passamos de mudas, frente à grandeza do mundo, não passamos de plantas pequeninas, frente à grandeza do mundo, não passamos de plantas nanicas: nunca, a gente, ramagem encorpada, nunca, a gente, árvore aprontada, nunca, a gente, frondosa na estrada: sujeitos a errâncias, sujeitos a mudanças, por conta da nossa pequenez frente ao universo imensurável: seres inacabados, inconstantes, incoerentes, incompletos.
(é justamente essa incompletude que nos impulsiona à vida, que nos impulsiona a descobertas.)
a gente muda muda muda, sempre muda, sempre se transforma, sempre se transmuta, e sempre planta pequenina, e sempre planta nanica, frente à grandeza do universo que nos abriga.
a gente muda muda muda, e parte, e vai embora, e deixa muita coisa pela estrada.
(é justamente esse movimento, o de partir, o de ir embora, o de quebrar, o de romper consigo, que faz com que o paulo sabino de hoje, com 36 anos, não seja o mesmo paulo sabino com 26 anos, que também não foi o mesmo paulo sabino com 16 anos, que também não foi o mesmo com 6 anos, e que também não será o mesmo com 46, ou 56, ou 66 anos.)
porém contudo entretanto todavia, ao mesmo tempo em que a gente parte, ao mesmo tempo em que a gente vai embora, ao mesmo tempo em que a gente se deixa, parte de nós, na estrada, perdura, parte de nós, na estrada, permanece, parte de nós não parte na estrada: só o que nos interessa, só o que nos importa, continua.
a gente muda muda muda & parte, vai embora, deixa um tanto da gente — não tudo da gente — no meio da estrada. o que a gente não larga, o que a gente não abandona, perdura (sabe-se deus até quando…).
a gente: sempre muda: a gente: sempre planta pequena, nanica, sempre planta em desenvolvimento, nunca árvore aprontada.
(e que bom: é justamente essa incompletude que nos impulsiona à vida, que nos impulsiona a descobertas.)
sigamos eternos aprendizes da vida.
(tudo muda, o tempo todo, no mundo.)
beijo todos!
paulo sabino.
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(autor: Paulo Sabino.)
a gente muda muda muda
sempre muda
nunca ramagem encorpada
nunca árvore aprontada
nunca frondosa na estrada
muda muda muda
e parte
perdura
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(Para Ana Paula Mattos.)
Adorei, minha muda eterna. Adorei mais ainda porque dedicou à Ana. Saudade de vocês que deu…..ai….muitos ais… Porque a gente muda e nunca árvore frondosa, mas as partes, os momentos, o que fomos, sempre fica.
Um beijo enorme no seu coração.
Carol
Ô, meu amor,
Que bom te ler aqui! Porque o início desse poema tem a ver com você. E isso é tão bonito…
Esteja sempre por perto, viu?
Te amo! Te amamos (falo pela Ana também)!
Beijo do seu preto.
Paulo,
lindo! lindo! Salve!
Ô, meu poeta querido benvindo & talentosíssimo,
Vindo de você, ganhei a noite! Que bom saber, que satisfação!
Beijo IMENSO!