CRISTIANO MENEZES: POETA DE PRIMEIRA GRANDEZA, PESSOA DE PRIMEIRA LINHA

Cristiano Menezes & Paulo Sabino

(Cristiano Menezes & Paulo Sabino)

Cristiano Menezes

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(A dedicatória para o meu exemplar de “Guardanapos”, livro de Cristiano Menezes)

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(Cristiano Menezes no projeto “Ocupação Poética”, coordenado por Paulo Sabino)
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Uma notícia tristíssima, que me deixou atônito desde recebida. Desde a notícia, querendo escrever sobre o acontecido, mas cadê palavra para começar? Pela falta, começo pelo início: quinta-feira, primeiro de setembro (01/09/2016), faleceu o querido amigo & grande poeta CRISTIANO MENEZES.

Cristiano Menezes: poeta de primeira grandeza, pessoa de primeira linha.

Eu, desde que conheci o Cristiano Menezes, através de outro grande poeta & querido amigo, Luis Turiba, apaixonei-me de imediato: por sua limpidez de alma, por sua bondade, por sua generosidade, por sua cordialidade, por seu carisma, por sua inteligência. Uma pessoa absolutamente apaixonante por tudo absolutamente. Honra & prazer poder conhecê-lo & trabalhar com o Cris, tê-lo como PARTE VIVA da história do projeto que coordeno, o Ocupação Poética (no dia em que o Cris fez o projeto ao lado do Luis Turiba, 9 de setembro, era aniversário dele & fizemos, no teatro Cândido Mendes, uma grande festa, digna do aniversariante).

Ele internou para operar & um dia antes da operação, falamo-nos. Prometi-lhe uma visita assim que ele deixasse o hospital. Não deu… Um nó na garganta, um choro preso no peito.

A notícia me bateu feito porrada pesada & inesperada. Imagine uma porrada numa situação inimaginável, que de tão inimaginável, de tão inesperada, até agora, não se entende de onde veio o soco. Esta é a sensação que me resta neste momento.

Como homenagem, três poemas do poeta + o vídeo de encerramento da sua noite no projeto que coordeno, o Ocupação Poética, noite linda, onde o Cris comemorou o seu aniversário — que está chegando, 9 de setembro.

Parabéns por tudo, Cris! Saúdo a sua existência!

Poeta de primeira grandeza, pessoa de primeira linha.

Nunca, por mim, os ensinamentos dos seus versos, da sua poética, serão esquecidos: sempre comigo mesmo, pois a jornada que é a vida é de cada um, a jornada que é a vida é intransferível, é inadiável, sem cordão que me proteja (do cordão, só a marca no umbigo), solto no mundo, solto para o próximo passo, livre para saborear os acontecimentos, senhor de mim, senhor dos meus desejos, senhor das minhas vontades, sempre pronto a conhecer, a desvendar, o novo, o inédito, sempre mantendo-me único, ímpar, longe do que se repita, do que seja mera cópia.

Ser genuíno, ser Paulo Sabino, como Cristiano Menezes foi genuinamente Cristiano Menezes.

(E que nunca se apague, que seja perene o endereço da origem do afeto, que nos faz sentir & merecer o calor dos apreços.)

Salve o poeta & amigo!

Tenho certeza de que os deuses & as musas estão em festa por receber poeta do seu quilate & pessoa da sua grandeza.

Saudades imensas, Cris. Sempre.

Saravá!

Beijo todos e, especialmente, o Cris.
Paulo Sabino.
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(do livro: Guardanapos. autor: Cristiano Menezes. editora: 7Letras.)

 

 

COMIGO MESMO

 

Não tenho mais o cordão
dele só a marca no umbigo
com frio no coração
aprendi o calor dos amigos

Podia ter morrido
junto com tudo o que matei
mas nasci atento
pras coisas que ainda não sei

E assim, a cada novo dia,
sempre dono do meu nariz
vivo o medo e a alegria
de quem está sempre por um triz

Na corda bamba é que se vê quem é
o passo adiante é pra quem está solto
lá embaixo a plateia está de pé
aqui no peito o meu mar revolto

O salto é meu
a mão, do companheiro,
e só quando me lanço
é que me sinto inteiro

Agradeço a carona
mas sou filho de mim mesmo
do norte, do sul
da minha vida a esmo

 

 

AOS MEUS FILHOS

 

Quando nascemos
herdamos o que antes foi feito
línguas canções
ritmos comidas
roupas jeitos

São signos que ficam
porque significam
pontos que se tecem
elos que se multiplicam

E que de nó em nó
haja sempre o novo
de Colombos destemidos
a descobrir o além
dos horizontes presumidos

Este é o desafio
da meada que nos compete
viver a inédita experiência que somos
manter-nos únicos
longe do que se repete

Mas na memória
esteja sempre o cais
de onde partimos
eterno porto
que não veremos jamais

E que nunca se apague
seja o perene endereço
a origem do afeto
que nos faz sentir e merecer
o calor dos apreços

 

 

CURRICULUM VITAE

 

Ginásio no São Bento
e Zé Bonifácio
clássico no Santo Inácio
o que não foi fácil
Cheguei a estudar Direito
mas saí errando por aí…
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [2ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 09/09/2015. Encerramento da noite, por Paulo Sabino, e o Parabéns pra você ao poeta aniversariante Cristiano Menezes.)

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