(O mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, Geraldo Carneiro. 31/ 03/ 2017.)
(Com o presidente da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença Filho, que, para a minha surpresa, disse ser um admirador do meu modo de dizer poesia. 31/ 03/ 2017.)
(Com uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, Nélida Piñon, que acompanha de perto o meu trabalho com a poesia. Ter conhecido a Nélida pessoalmente e tê-la como admiradora do meu trabalho é uma alegria pra sempre. 31/ 03/ 2017.)
(Com a linda e querida e divertida musa do Geraldinho Carneiro, a atriz Ana Paula Pedro – 31/ 03/ 2017.)
(“Tá tudo dominado! Só tem poeta aqui!” Era o que dizíamos, ao comando do empossado, na preparação para esta foto. Com o mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, Geraldinho Carneiro, e o amigo lindeza da vida, Christovam de Chevalier – 31/ 03/ 2017.)
(Com o meu mestre maior, responsável pelo divertido e sofisticado discurso de boas vindas ao Geraldinho Carneiro na Academia Brasileira de Letras, o super e requintado Antonio Carlos Secchin – 31/ 03/ 2017.)
(Festa e risos depois da cerimônia com a divertidíssima, a irreverência em pessoa, Leiloca, com o querido Anderson Thives, e o meu amigo Christovam de Chevalier – 31/ 03/ 2017.)
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“Querido Paulo,
Muito obrigado pela sua homenagem tão linda.
Fiquei felicíssimo e comovido com as suas palavras.
Beijos e abraços,
Geraldo”.
(Geraldo Carneiro — poeta, tradutor, dramaturgo & o mais novo integrante da Academia Brasileira de Letras — ABL)
A primeira posse a gente nunca esquece… Ao menos essa eu nunca esquecerei, pelo grande barato que foi participar e encontrar tanta gente de que gosto e que admiro.
Sexta-feira passada (31/03), o meu querido amigo e grande poeta, tradutor e dramaturgo Geraldo Carneiro tomou posse da cadeira de n° 24 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Noite linda, com discursos primorosos tanto do empossado quanto do membro da instituição responsável pelas boas vindas ao novo imortal, o meu mestre querido Antonio Carlos Secchin.
Foi nesta noite que tive o grande prazer e honra de conhecer uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, a delicada e querida Nélida Piñon, que, para a minha grande alegria, acompanha de perto e admira o meu trabalho com a poesia e topou que eu coordene uma homenagem a ela e à sua obra, necessária e sofisticada. Também nesta noite, a grande alegria e surpresa por saber que o presidente da Academia Brasileira de Letras, o imprescindível Domício Proença Filho, é um grande admirador (segundo o próprio) do meu modo de dizer poemas — “você arrebenta lendo, adoro ouvi-lo”. E, de quebra, ouvir, mais uma vez, do empossado, Geraldinho Carneiro, um elogio que me enche de satisfação: “um dia, ainda vou ler e dizer poemas como você”. Figura amável, ímpar.
Lindo também foi o meu reencontro com a musa do Geraldinho, a linda e querida atriz Ana Paula Pedro, com quem ri um bocado pós cerimônia.
Alegria imensa de estar com os amigos e poetas poderosos Christovam de Chevalier e Nuno Rau, entre outros, e o prazer de conhecer a irreverente e alto astral cantora (ex-integrante do grupo “As Frenéticas”) e astróloga Leiloca, com quem desejo certamente mais encontros. Como nos divertimos!…
Uma noite incrível, que ficará para sempre guardada na minha memória e no meu coração.
Parabéns totais ao Geraldo Carneiro! Geraldinho merece todas as homenagens possíveis, não só pela sua obra fantástica como por sua pessoa muito bem humorada e generosa, que aprendi a gostar ainda mais depois que nos tornamos amigos e admiradores do trabalho que desenvolvemos.
Acima, algumas fotos que traduzem um pouquinho deste momento. Abaixo, de brinde, um poema do Geraldinho.
Beijo todos!
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(do livro: Dicionário de locuções e expressões da língua portuguesa. autores: Carlos Alberto de Macedo Rocha / Carlos Eduardo Penna de M. Rocha. editora: Lexikon.)
torre de Babel Fig. Lugar onde todos falam e ninguém se entende. Lugar confuso, congestionado, sem um certo ordenamento. (Tb. se diz apenas babel.)
Alusão ao relato bíblico sobre a Torre de Babel que os homens ergueram com a pretensão de alcançar o céu, mas que lhes confundiu as línguas, tornando impossível se entenderem e pondo, por isso, fim à empreitada. V. Gn, 11, 1-9.
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barganhas de babel: as trocas, as permutas, os escambos, que conseguimos & que se fazem de babel, isto é, as trocas, as permutas, os escambos, que se dão numa confusão grande de comunicação.
linhas telefônicas cruzadas, que se cortam, que se interpõem, que se sobrepõem — assim como as linhas da vida, os caminhos da vida, os encontros & desencontros, acontecimentos que se cruzam, que se cortam, que se interpõem, que se sobrepõem, criando uma teia confusa de histórias que se criam.
no poema abaixo, as combinações várias entre os versos, gerando incertezas, confusões, descontinuidades. os versos podem ser lidos & interpretados de maneiras as mais diversas. sempre com muito humor, ironia, e sofisticação.
eu criei a minha maneira de lê-los & interpretá-los. crie a sua barganha de babel também!
beijo todos!
paulo sabino.
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(do livro: Subúrbios da galáxia. autor: Geraldo Carneiro. editora: Nova Fronteira.)
BARGANHAS DE BABEL
Alô. Alô. Alô.
Alô. Quem?
É.
Alô. Não.
Alô. Alô.
Como é o seu nome?
Não, não é daqui.
Eu sei. Mas qual é o seu nome?
Cláudia.
Alô. Alô.
Não desliga.
Ah, é?
Tem uma semana
que eu tento falar com esse número.
Desculpe, minha senhora.
Alô! Chama o Marcelo.
Fico só ouvindo a conversa dos outros.
Acho que é defeito.
Quer fazer o favor de chamar o Marcelo?
Quem é esse cara aí no telefone?
Cala a boca!
Sabe, Cláudia, o que tem de gente frustrada
nesse mundo…
Sei.
Cala a boca!
Talvez a gente pudesse se encontrar.
Quem sabe?
Alô.
É a última vez que eu te ligo.
Você não pode fazer isso.
Ai, estou esperando há horas!
Quer chamar o Marcelo?
Alô. Alô. Alô.
De onde falam?
Alô. É você?
Cala a boca!
Quem sabe a gente não se encontra?
Só se for por acaso.
Sim, 274-2121.
Não, não está.
Alô?
Pode completar.
Minha senhora, quantas vezes
tenho de lhe dizer que não é
este o número?
Cala a boca, porra!
Que confusão. Assim não dá.
Eu ligo mais tarde.
Que tal irmos ao cinema amanhã de noite?
Pode ser.
Alô. Alô.
É claro. Não aguento mais viver
nesta droga de país.
Com quem deseja falar?
Quer fazer o favor de chamar o Marcelo?
Olha, eu não te amo mais.
Não pode ser.
Alô.
Desliga esta merda!
Não dá pra falar pelo telefone.
Alô. Alô. Alô.
Acho melhor um outro dia.
Que nada. Espera aí que eu vou
baixar a televisão.
Alô.
Pode dizer, não tem ninguém
ouvindo.
Alô.
274-3237?
É.
Olha, então manda dizer ao Marcelo
pra me ligar.
Falou. Encontro com você às 9
na Nossa Senhora da Paz.
Não adianta. A decisão está tomada.
Alô. Alô. Alô.
Aqui é da Companhia Telefônica.
Não é daqui, não.
Então eu vou de calça branca
e te espero perto da estátua.
Jockey Clube, boa tarde.
Seu aparelho está com defeito.
Isto é um teste.
Alô, espera.
Então era isso que você
tinha a dizer?
É só isso.
Eu sou alta, morena, de olhos claros.
Então não tem erro.
Não consigo ouvir direito.
Como?
Alô. Alô.
Então, tchau.
Não tem problema. Hoje de noite
está consertado.
É melhor a gente não se ver
nunca mais.
Alô, como?
Só mais uma coisa.
O que é?
Vou me matar.
Alô. Alô. Alô.
Alô?
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