(texto de apresentação do documentário Maria Bethânia — Música é perfume, dirigido por Georges Gachot, lançado em dvd pelo selo Quitanda)
Tudo começou no Festival de Montreux, na Suíça, em 1996, quando o documentarista francês Georges Gachot foi a um show de Maria Bethânia pela primeira vez. A perplexidade diante do que viu, o “choque com a presença dela em cena, sua concentração incrível de emoção, seus pés nus”, segundo ele próprio, resultou na vontade imediata de fazer um documentário sobre a cantora. A imersão do cineasta num universo musical completamente desconhecido para ele, o de Bethânia, e por extensão o brasileiro, desaguou na sensibilidade crua de “Maria Bethânia — Música é perfume”.
Decidido a fazer o filme, Gachot gastou sete anos, de 1996 a 2003, num processo de pesquisa sobre a cantora e toda a história da música brasileira. “Música é perfume” é, antes de mais nada, uma análise do processo criativo de Bethânia na formação da música popular brasileira. Além da própria Bethânia, que conta curiosidades de família, há depoimentos do irmão Caetano, da mãe Dona Canô, dos amigos Chico Buarque, Nana Caymmi e Gilberto Gil, e também do fiel maestro Jaime Alem.
A voz de Bethânia é isso, é aquela que está presente em cada um de nós e, ao mesmo tempo, é a expressão humana e síntese de todo um país. “Música é perfume” capta a simbiose única entre uma voz e um país, até que não se saiba mais onde termina um e começa outro.
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assino embaixo do que foi escrito acima.
(fica a dica.)
beijo em todos,
paulo sabino / paulinho.