(Convite da exposição “Somos Somas”, que inaugurou no dia 5 de agosto e que encerraria no dia 15 de setembro, mas foi prorrogada até 22 de setembro)
(No entrada do centro cultural, o anúncio da exposição e o curador, Alberto Saraiva)
(Montagem do anúncio)
(Foto que originou o cartaz da entrada do centro cultural — Américo Vermelho)
(Abertura da exposição “Somos Somas”, 5 de agosto — ao fundo, painel de 11 metros de largura que reproduz parte da minha biblioteca — Fotos: Americo Vermelho)
(No painel de 11 metros de largura que reproduz parte da minha biblioteca — Foto: Americo Vermelho)
(A coordenadora geral da exposição, Shirley Fioretti, e a produtora executiva, Veralu de Andrade — Foto: Americo Vermelho)
(O assessor de imprensa do projeto, George Patiño, e a responsável pelo painel da biblioteca e anúncio da entrada do Oi Futuro, Sandra Fioretti — Foto: Americo Vermelho)
(Foto: Americo Vermelho)
(O gerente-executivo de Cultura, Roberto Guimarães, e o acadêmico Antonio Carlos Secchin — Foto: Americo Vermelho)
(O poeta e professor Eucanaã Ferraz — Foto: Americo Vermelho)
(Os poetas Jorge Salomão e Alice Monteiro — Foto: Americo Vermelho)
(Na 1ª foto, na porta da galeria; na 2ª, dentro da galeria: Mariana Roquette-Pinto, Charles Gavin, Claudia Roquette-Pinto e Paulo Henriques Britto — Foto: Americo Vermelho)
(Os poetas Eduardo Macedo e Christovam de Chevalier — Foto: Americo Vermelho)
(Os poetas Mauro Santa Cecília, Luis Turiba e Christovam de Chevalier — Foto: Americo Vermelho)
(A poeta Thereza Rocque da Motta e os poetas Cláudio Cacau e Luis Turiba — Foto: Americo Vermelho)
(A cantora, compositora e pianista Maíra Freitas — Foto: Americo Vermelho)
(O poeta Tanussi Cardoso — Foto: Americo Vermelho)
(A minha caboclinha e mãe Jurema Armond — Foto: Americo Vermelho)
(O poeta Márcio Catunda — Foto: Americo Vermelho)
(Os poetas Victor Colonna e Thassio Ferreira — Foto: Americo Vermelho)
(A poeta Rosalia Milsztajn e o poeta Salgado Maranhão — Foto: Luciana Queiroz)
(Eu e Alberto Saraiva, o curador “marlindo” que se pode querer — Foto: Luciana Queiroz)
(A entrada da galeria, com texto sobre a exposição — Foto: Luciana Queiroz)
(Dentro da galeria, público com os vídeos projetados — Fotos: Luciana Queiroz)
Oi Futuro apresenta exposição do poeta carioca Paulo Sabino
Imagens de artistas e poetas como Charles Gavin, Mabel Velloso, Claudia Roquette-Pinto, Péricles Cavalcanti, Maíra Freitas, Carlos Rennó, Ricardo Silvestrin e Adriano Nunes lendo poesias de Sabino serão projetadas nas galerias do Centro Cultural a partir de 5 de agosto
O Oi Futuro inaugura dia 5 de agosto, segunda-feira, a exposição “SOMOS SOMAS”, do poeta e jornalista Paulo Sabino, dentro do Programa Poesia Visual e Digital, com curadoria de Alberto Saraiva. A exposição vai ocupar o térreo e o 2° piso do Centro Cultural Oi Futuro, no Flamengo, e tem patrocínio da Oi, Prefeitura do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, com apoio cultural do Oi Futuro.
“SOMOS SOMAS” alterna poemas gravados em celular pelo próprio Sabino e convidados virtuais. Charles Gavin, ex- Titãs, Mabel Velloso, Claudia Roquette-Pinto, Ricardo Silvestrin, Maíra Freitas, Péricles Cavalcanti, Adriano Nunes, Carlos Rennó, entre outros, têm suas imagens projetadas em grandes formatos. Os poemas inéditos do autor serão exibidos em três monitores, que ficam localizados no térreo do centro cultural.
Conhecido como agitador cultural e promotor de saraus de poesia no Rio, Sabino faz sua primeira exposição individual. Na galeria 2 do Oi Futuro, o artista convida outros amantes da palavra para participar das obras apresentadas, criando uma rede de pessoas em torno da poesia. Em um grande painel no térreo do centro cultural será reproduzida a biblioteca do artista, cenário constante em seus vídeos poéticos, postados regularmente nas redes sociais.
(Exposição: Somos Somas. Edição de vídeo: Joao Oliveira, Alberto Saraiva e Paulo Sabino. Local: Centro Cultural Oi Futuro. Período de tempo: 05/08 a 22/09/2019. Poema: Um para dentro todo exterior. Autor: Paulo Sabino.)
O mais novo membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), o poeta & filósofo Antonio Cicero
Na posse do mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, Antonio Cicero. Na foto, ao fundo, atrás do Cicero, o querido Marcelo Pies, e atrás de mim, o meu amigo & irmão de poesia Christovam de Chevalier
Com o empossado na ABL Antonio Cicero & Rafael Millon, primo do imortal
Com os irmãos lindos & queridos, Cicero & Marina Lima
Com um grande amigo & mestre, o badalado & premiadíssimo poeta Salgado Maranhão
Com um amor da vida, o meu lindo amigo & grande poeta Jorge Salomão
Com Geraldinho Carneiro, pessoa que amo, pura simpatia & diversão
Na companhia dessa dupla imbatível, mestres & amigos, Geraldinho Carneiro & Antonio Carlos Secchin
Este aqui foi o momento sofá, a hora do gesto discreto do Cicero, me chamando pra mais perto, pra sentar ao seu lado, e eu me derramando inteiro por conta das doses de uísque — ao meu lado, a doce amiga & poeta Noélia Ribeiro
“Que bacana, Paulo. Queria muito ter estado com vocês todos mas estou do outro lado do Atlântico, lotada de compromissos. A ABL ganhou um tesouro! Um beijo, Adriana”.
(Adriana Calcanhotto — cantora & compositora)
Sexta-feira, dia 16/03, foi dia da posse do mais novo membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), o poeta & filósofo Antonio Cicero.
Conheci o Cicero no início de 1999, quando tinha os meus 23 aninhos. 19 anos se passaram & nesses 19 anos a nossa amizade só fez crescer & florescer. Pela proximidade que acabou acontecendo, o Cicero foi uma espécie de mentor intelectual. Sempre pedi muita indicação de livros & dicionários a ele, enviava dúvidas minhas a respeito de assuntos ligados à filosofia, e o Cicero, muito generoso, sempre esteve “ali”, me auxiliando nas solicitações. Foi ele quem me fez criar o meu site literário, o “Prosa Em Poema”, site que me abriu as portas para o convívio com os grandes intelectuais & escritores que, hoje, tenho a honra & o prazer de ser amigo. Foi o Cicero o meu grande padrinho nesse sentido, porque antes de tornar o site público, anunciar que a página estava no ar, escrevi a ele, pedindo a sua avaliação, e no dia seguinte estava estampada no seu site, o “Acontecimentos”, uma publicação linda, convidando os seus leitores a conhecerem a minha página, o que garantiu ao site, logo no primeiro dia do “Prosa Em Poema”, mais de 200 visualizações.
A nossa história é muito bonita. Nunca me esqueço de quando nos encontramos num lançamento de livro & ele me disse: “Paulinho, te conheci um garoto, hoje você é um homem”. E é verdade.
Uma alegria pra sempre ter, no seu segundo livro de poesia, “A cidade e os livros”, um poema dedicado a mim, poema que inclusive leva o meu nome. Já rimos muito disso.
Por isso, na sexta, quando vi o Cicero adentrando o salão nobre da ABL, de fardão, para tomar posse, eu me emocionei & chorei disfarçadamente. É o cara de uma importância sem precedentes na minha trajetória intelectual, recebendo uma homenagem mais do que merecida dos seus pares, eleito o ocupante da cadeira de número 27 da instituição. No final da noite, antes de ir embora, o Cicero me fisgou pelo olhar & num gesto discreto me chamou para sentar ao seu lado (a última foto das dispostas acima, foi o Rafael Millon, primo do Cicero, quem nos flagrou de longe). Tocado de uísque, pilequinho, sentei junto a ele & me derramei, bem confessional. A nossa amizade & o nosso amor & a nossa admiração mútua permitem essas coisas.
Foi uma noite linda ao lado de muitos amigos. Uma noite à altura de Antonio Cicero.
(Você me abre seus braços & a gente faz um país.)
Vivas a ele, salve mais uma conquista!
Beijo todos!
Paulo Sabino.
___________________________________________________________________
(do livro: A cidade e os livros. autor: Antonio Cicero. editora: Record.)
A CIDADE E OS LIVROS
para D. Vanna Piraccini
O Rio parecia inesgotável
àquele adolescente que era eu.
Sozinho entrar no ônibus Castelo,
saltar no fim da linha, andar sem medo
no centro da cidade proibida,
em meio à multidão que nem notava
que eu não lhe pertencia — e de repente,
anônimo entre anônimos, notar
eufórico que sim, que pertencia
a ela, e ela a mim —, entrar em becos,
travessas, avenidas, galerias,
cinemas, livrarias: Leonardo
da Vinci Larga Rex Central Colombo
Marrecas Íris Meio-Dia Cosmos
Alfândega Cruzeiro Carioca
Marrocos Passos Civilização
Cavé Saara São José Rosário
Passeio Público Ouvidor Padrão
Vitória Lavradio Cinelândia:
lugares que antes eu nem conhecia
abriam-se em esquinas infinitas
de ruas doravante prolongáveis
por todas as cidades que existiam.
Eu só sentira algo semelhante
ao perceber que os livros dos adultos
também me interessavam: que em princípio
haviam sido escritos para mim
os livros todos. Hoje é diferente,
pois todas as cidades encolheram,
são previsíveis, dão claustrofobia
e até dariam tédio, se não fossem
os livros infinitos que contêm.
(Fotos de divulgação dos convidados-participantes: Jorge Salomão, Bem Gil & Mãeana)
(A iluminação para o projeto — Foto: Rafael Millon)
(Casa cheia, público quente — Foto: Paulo Sabino)
(A primeira noite do projeto: Bem Gil, Mãeana & Jorge Salomão — Foto: Thereza Eugênia)
(Foto: Elena Moccagatta)
(Mãeana — Foto: Elena Moccagatta)
(Bem Gil — Foto: Elena Moccagatta)
(Jorge Salomão — Foto: Elena Moccagatta)
(Foto: Elena Moccagatta)
(Bem Gil, Paulo Sabino, Rafael Millon, Mãeana & Jorge Salomão — Foto: Elena Moccagatta)
______________________________________________________
Gente querida: a estréia do projeto “Somos Tropicália – 50 anos do movimento”, sexta-feira (17/02), no Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, foi um axé, um arraso, maravilha total! Ficamos todos muito felizes e surpresos com a noite, porque, muito sinceramente, esperávamos que fosse bonita mas não a lindeza que foi.
Casa lotada, público quente, participativo e emocionado. Os convidados/ participantes fizeram um show pra ninguém botar defeito!
Alegria imensa pensar que nesta quinta-feira (23/02) tem mais Mãeana, Bem Gil e o poeta Jorge Salomão!
Agradecer demais a todos os envolvidos nesta empreitada: ao Alessandro Boschini a sua luz linda & delicada, ao músico & compositor George Israel a aparelhagem de som, ao Vitor Kruter o registro audiovisual, à Elena Moccagatta o registro fotográfico, e ao Gabinete de Leitura Guilherme Araújo o apoio por abrigar o projeto.
Vem geral na quinta-feira (23/02) porque tá valendo muito!
De presente aos interessados, videozinho, de 3 minutinhos, da estréia do projeto “Somos Tropicália – 50 anos do movimento”, com trechos da noite e depoimentos dos convidados participantes (Mãeana, Bem Gil e Jorge Salomão) e dos coordenadores e curadores (Rafael Millon e Paulo Sabino).
Serviço:
Gabinete de Leitura Guilherme Araújo apresenta –
SOMOS TROPICÁLIA – 50 anos do movimento
Mãena, Bem Gil e Jorge Salomão / Pocket-show e leitura de poesias
Dia 23/02 (5ª-feira)
A partir das 19h30
Rua Redentor, 157 Ipanema
Tel infos. 21-2523-1553
Entrada franca c/ contribuição voluntária
Lotação: 60 lugares
Classificação: livre
Venham!
Beijo todos!
Paulo Sabino.
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Somos Tropicália. participantes: Mãeana, Bem Gil & Jorge Salomão. local: Gabinete de Leitura Guilherme Araújo. data: 17/02/2017. imagens & edição: Vitor Kruter. coordenação & curadoria do projeto: Rafael Millon & Paulo Sabino.)
(Os convidados-participantes: Jorge Salomão, Mãeana & Bem Gil.)
______________________________________________________
Alegria alegria! Prestenção:
Dias 17 de fevereiro (sexta-feira) & 23 de fevereiro (quinta-feira) começa o ciclo de encontros “Somos Tropicália – 50 anos do movimento”, no Gabinete de Leitura Guilherme Araújo, a partir das 19h30, em homenagem aos 50 anos do Tropicalismo & do lançamento do álbum (que se tornou um clássico) “Tropicália Ou Panis Et Circenses”.
Serão encontros mensais (até dezembro) que ressaltam a importância do movimento na música popular brasileira, que reverbera até hoje no cenário do cancioneiro contemporâneo. Encontros que ocorrerão justamente no espaço que foi a casa do grande empresário & co-criador do Tropicalismo, o irreverente Guilherme Araújo.
Leituras de poemas & participações musicais com releituras do repertório tropicalista.
Para este mês de fevereiro, o imenso prazer de ter como participantes o grande poeta & agitador cultural Jorge Salomão (foto), a cantora Ana Cláudia Lomelino (Mãeana + banda Tono – foto) & o músico & compositor Bem Gil (banda Tono – foto).
A coordenação & curadoria deste super evento são do Rafael Millon & deste que vos escreve, Paulo Sabino.
De graça! Imperdível!
De presente, deixo-lhes um poema-canção de um dos grandes poetas do movimento — Torquato Neto —, com direito ao áudio na interpretação da grande musa do Tropicalismo — Gal Costa.
Serviço:
Gabinete de Leitura Guilherme Araújo apresenta –
SOMOS TROPICÁLIA – 50 anos do movimento
Mãena, Bem Gil e Jorge Salomão / Pocket-show e leitura de poesias
Dias 17/02 (6ª-feira) e 23/02 (5ª-feira)
A partir das 19h30
Rua Redentor, 157 Ipanema
Tel infos. 21-2523-1553
Entrada franca c/ contribuição voluntária
Lotação: 60 lugares
Classificação: livre
______________________________________________________
mamãe, coragem: os filhos devem ser criados para ganhar o mundo, para serem donos dos seus caminhos, para irem além da esquina & do alcance da vista.
mamãe, coragem. mamãe, não chore. a vida é assim mesmo — eu fui embora.
mamãe, não chore. a escolha do caminho cabe a cada um. o filho escolheu: eu nunca mais vou voltar por aí.
mamãe, não chore. a vida é assim mesmo — e eu quero, mesmo, é isto aqui que escolhi para a minha vida.
mamãe, não chore. pegue uns panos pra lavar, leia um romance, escute um álbum de música, veja as contas do mercado, pague as prestações, ocupe o seu tempo com funções & tarefas que dizem respeito à sua vida. e que te façam bem. seja feliz.
ser mãe é desdobrar, fibra por fibra, os corações dos filhos. ser mãe é repartir, é desenrolar, é desmanchar as dobras dos corações dos filhos, a fim de esmiuçá-los & assim conhecê-los & assim aceitá-los. e ser feliz com as escolhas que fazem os corações & que cabem às vidas dos filhos.
mamãe, não chore. os filhos possuem as suas vontades: eu quero, eu posso, eu fiz, eu quis. escolhas dos filhos.
mamãe, seja feliz (com as suas escolhas — se puder).
mamãe, não chore. não chore nunca mais — não adianta: eu tenho sonhos para realizar, dores para sofrer, pessoas para amar & odiar, eu tenho o meu caminho, eu tenho um beijo preso na garganta (que desejo lançar ao mundo), eu tenho corações fora do peito (sonho junto a tantos outros filhos). mamãe, não chore. não tem jeito.
mamãe, não chore. pegue uns panos pra lavar, leia um romance, escute um álbum de música, tente entender tudo mais sobre tudo que acontece à sua volta, à minha volta.
eu, por aqui, vou indo muito bem, com as escolhas que fiz para mim. de vez em quando, brinco carnaval, e, na vertigem da folia, vou vivendo felicidade, vivendo felicidade na cidade que plantei para mim, que semeei para minha vida, que fundei para o meu caminho, que escolhi para habitar, cidade que não tem mais fim, de onde não mais sairei.
mamãe, coragem. mamãe, não chore. eu fui embora. eu nunca mais vou voltar por aí.
seja feliz.
beijo todos! especialmente, beijo as mães!
paulo sabino.
______________________________________________________
(do livro: Torquatália { do lado de dentro }. autor: Torquato Neto. organização: Paulo Roberto Pires. editora: Rocco.)
MAMÃE, CORAGEM
Mamãe mamãe não chore
A vida é assim mesmo
Eu fui embora
Mamãe mamãe não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe mamãe não chore
A vida é assim mesmo
E eu quero mesmo
É isto aqui
Mamãe mamãe não chore
Pegue uns panos pra lavar
Leia um romance
Veja as contas do mercado
Pague as prestações
— ser mãe
É desdobrar fibra por fibra
Os corações dos filhos,
Seja feliz
Seja feliz
Mamãe mamãe não chore
Eu quero eu posso eu quis eu fiz
Mamãe seja feliz
Mamãe mamãe não chore
Não chore nunca mais não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta
Eu tenho jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale dez milhões)
Eu tenho corações fora do peito
Mamãe não chore, não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar leia um romance
Leia Elzira, a morta-virgem, O grande industrial
Eu por aqui vou indo muito bem
De vez em quando brinco o carnaval
E vou vivendo assim: felicidade
Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim
Não tem mais fim
Não tem mais fim
______________________________________________________
(do site: Youtube. álbum: Tropicália ou Panis et circenses. artista: Vários. canção: Mamãe, coragem. letra: Torquato Neto. música: Caetano Veloso. intérprete: Gal Costa. gravadora: PolyGram.)
(Moraes Moreira & Elisa Lucinda — Foto: Elena Moccagatta.)
(Foto: Elena Moccagatta.)
(Foto: Felipe Fernandes.)
(O quarteto fantástico da 6ª edição: Elisa Lucinda, Moraes Moreira, Paulo Sabino & Maria Rezende — Foto: Felipe Fernandes.)
______________________________________________________
Aos interessados, os 2 últimos vídeos da 6ª edição do projeto “Ocupação Poética”, ocorrido no dia 2 de agosto (terça-feira), no teatro Cândido Mendes (Ipanema – RJ), com a participação estelar de: Elisa Lucinda, Moraes Moreira & Maria Rezende.
No primeiro vídeo desta publicação, a grande homenageada da noite, a poeta & atriz Elisa Lucinda, bate um papo descontraído com o cantor, compositor, instrumentista, poeta & membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Moraes Moreira, que fala da sua paixão pelo livro “Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada”, o primeiro romance da Elisa & finalista do prêmio São Paulo de Literatura 2015, conta a divertidíssima história de composição do seu poema-canção “Sonhei que estava em Portugal”, além de recitá-lo & recitar um outro poema-canção seu, ainda não gravado & ainda pouco conhecido porque composto recentemente, “O samba e a língua”. No segundo vídeo, a homenageada da noite recita um poema do grande homenageado por ela na noite (e por todos nós, participantes), Fernando Pessoa, um poema do seu heterônimo Álvaro de Campos. Ainda de presente, o áudio da canção “Sonhei que estava em Portugal”, na interpretação da abelha-rainha Maria Bethânia.
Mais à frente, publicarei a noite da 7ª edição do projeto, em homenagem aos 70 anos do poeta, letrista & agitador cultural, além de querido amigo, Jorge Salomão, e já aviso que está acertada a data da 8ª edição do projeto (5 de dezembro), a homenageada da 8ª edição & confirmados alguns vários convidados. Em breve maiores informações.
Divirtam-se!
Beijo todos!
Paulo Sabino.
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [6ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 02/08/2016. Bate-papo entre Elisa Lucinda &Moraes Moreira. Moraes Moreira recita dois poemas-canções de sua autoria, Sonhei que estava em Portugal & O Samba e a Língua.)
SONHEI QUE ESTAVA EM PORTUGAL (Moraes Moreira)
Sonhei que estava um dia em Portugal
À toa num carnaval em Lisboa
Meu sonho voa além da poesia
E encontra o poeta em pessoa
A lua mingua e a língua lusitana
Acende a chama e a palavra Luzia
Na via pública e em forma de música
Luzia das, luzíadas, Luzias
O SAMBA E A LÍNGUA (Moraes Moreira)
O que é que une o Brasil
De norte a sul com certeza?
É o samba
E a língua portuguesa
O samba e suas vertentes
A língua e os seus sotaques
O que é que nos faz diferentes
É ter os mesmos destaques
O samba e os seus poetas
E eu morro, sim, de amores
Por essas obras completas
O samba tem a cadência
A língua a sua sintaxe
O samba é malemolência
A língua diz: não relaxe
O samba é mais popular
A língua é mais erudita
Eu ouço o povo falar
Cantar de forma bonita
O samba tem a cabrocha
A língua sua cachopa
O samba acende uma tocha
A língua muda de roupa
O samba é uma escola
A língua é Academia
No samba a gente rebola
Na língua a gente vicia
_____________________________________________________
(do site: Youtube. áudio extraído do cd: Ciclo. artista & intérprete: Maria Bethânia. canção: Sonhei que estava em Portugal. versos: Moraes Moreira. música: Moraes Moreira. gravadora: Universal Music. citação da canção: Anda Luzia. autor: João de Barro.)
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [6ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 02/08/2016. Elisa Lucinda recita Poema em linha reta, de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa.)
POEMA EM LINHA RETA (Álvaro de Campos / heterônimo de Fernando Pessoa)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo, neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
“SUBLIME !!! VIVA Paulo Sabino !!! Vc falou lindamente !!! Que respiração, que inflexão em cada curva / brincadeira do texto, que tempo maravilhoso de dizer cada frase !!! ESPETACULAR !!!”
(Jorge Salomão)
Aos interessados, um vídeo onde este que vos escreve declama uma prosa poética das mais lindas, que tomei para mim: texto intitulado “Manifesto”, do poeta, letrista & agitador cultural, além de querido amigo, Jorge Salomão.
No texto, o Jorge aponta as tantas razões de haver poesia no mundo. E alerta: se não for para causar o que dizem as linhas, a poesia não vale a pena, não vale a existência, não vale a leitura.
E eu sei dizer que este texto aqui vale a audição!
Logo abaixo do vídeo, a prosa poética na íntegra.
Divirtam-se!
Beijo todos!
Paulo Sabino.
______________________________________________________
(do site: Youtube. texto: Manifesto. autor: Jorge Salomão. leitura: Paulo Sabino. data: 05/10/2016.)
(do livro: Sonoro. autor: Jorge Salomão. editora: Gryphus.)
MANIFESTO
os poetas devem existir para glorificar o melhor e o pior da vida.
para agitar, para mexer, para escandalizar com a ordem estabelecida das coisas, para instaurar novas.
para deflagrar, para revolucionar conceitos do que é belo, do ético, do social, do cultural.
se não for para isso não vale a pena a poesia.
para insuflar mudanças, para quebrar barreiras, para derrubar preconceitos, para espalhar luzes, para abrir caminhos, para queimar o que não presta, o que empata o aparecimento do novo.
se não for para isso não vale a pena a poesia.
um papel branco solto de um dos maiores edifícios do mundo, ao vento, ao ar do universo.
o que é poesia? ela é alimento, estrada, cama, mesa, o um, os muitos.
um pássaro voando de um lado para o outro.
um homem errante entre sons urbanos.
para mexer com a linguagem, para gerar atalhos, para provocar, para tonificar o sentido das palavras, para inflexionar o moderno, para ser a bomba-relógio no coração do mundo, para ser a sensação do explosivo, do mais caótico, do zero etc.
borboletas brancas numa área pútrida.
para rasgar os céus das coisas, para ser gente entre bichos, para trafegar entre as estações, para transformar o cotidiano, o possível e o impossível de tudo.
para elevar, para levantar, para fazer alianças vanguardistas, experimentais.
para cuspir sobre o lixo do hoje, para armar pontes, gerar poentes, para ser estraçalhadora, para não ser conformada com as estruturas atuais do pensamento.
para remexer na terra, para ser estourada, para ser o coração na garganta gritante.
para não ser cego com as injustiças, as desigualdades, o hoje.
para adiantar o tempo, para danificar o vácuo do presente.
se não for para isso, de que serve a poesia?
para dar informações, sinais.
para ser a pedra no sapato do não-pensamento, para ser performances entre surdos, para ser o berro entre montanhas.
para espalhar sua chama, para instaurar uma outra ótica geral, o gozo entre lerdos e impotentes, a humanidade entre homens, o desespero, a lama entre os dentes da civilização, para a podridão vir à tona, a ruptura entre as horas lentas do convencional, o choque, o estampido, a luz verão varando as trevas do tempo cariado de utopias.
para ser som, lapidação.
para martelar nas mesmas teclas do saber, para espantar a ignorância, para ser simples no desenrolar dos fios, para ser antenada, para ser desbloqueada, para ser plugada no que aparecer, para ser as cores vivas no estalo das descobertas.
para ser límpida, para ser maior, para ser universal.
para ser tudo, enquanto tudo, para fazer.
para ser poesia, senão não vale a pena.
para ser interrogação, para gerar apreensões, para ser maria-chiquinha na cabeça dos otários, para ser maria-sem-vergonha no jardim dos caretas.
para acelerar o normal, para provocar o riso, a galhofa, a respiração livre.
para ser silêncio entre ritmos, para ser dança entre e dentro das palavras.
para falar bastante, para ter algo a dizer.
para não colaborar com a cristalização e brutalização da sensibilidade do homem contemporâneo.
para ser reveladora, mesmo no que está mais escondido.
para ser um nó difícil de desatar, um portão de entradas sem portão.
para ser como a visão das estrelas a olho nu.
para ser como portas se abrindo infinitamente.
a poesia deve nos colocar à deriva.
deve nos tirar a sonolência, deve nos manter aceso.
por entre a grama no cimento entre paralelepípedos.
para nos alertar dos perigos a todo instante.
(Mais um participante confirmado para esta edição do projeto: é o filósofo, poeta & letrista Antonio Cicero.)
(O homenageado da noite, o poeta, letrista & agitador cultural Jorge Salomão — Foto: Elena Moccagatta)
(Roberto Frejat)
(Antonio Cicero)
(Christovam de Chevalier — Foto: Elena Moccagatta)
(Patrícia Mellodi)
(Sheila da Silveira)
(Paulo Sabino & Jorge Salomão)
(Matéria do suplemento Zona Sul, do jornal O Globo, sobre a 7ª edição do projeto Ocupação Poética)
______________________________________________________
Anotem na agenda, espalhem a notícia, compartilhem esta publicação!
Dia 26 DE SETEMBRO (segunda-feira), às 20H: a 7ª edição do projeto OCUPAÇÃO POÉTICA, coordenado por PAULO SABINO, no teatro CÂNDIDO MENDES (Ipanema – Rio de Janeiro), em comemoração aos 70 ANOS DE VIDA do GRANDE poeta, letrista & agitador cultural JORGE SALOMÃO.
Na noite, prestaremos uma homenagem ao JORGE SALOMÃO lendo vários dos seus BELOS poemas da sua CONSAGRADA carreira.
Além da participação do poeta homenageado & da participação deste que vos escreve, o Paulo Sabino, o evento contará também com as participações para lá de especiais:
— do cantor & compositor ROBERTO FREJAT;
— do filósofo, poeta & letrista ANTONIO CICERO;
— do poeta & jornalista CHRISTOVAM DE CHEVALIER;
— da cantora & compositora PATRÍCIA MELLODI;
— da poeta SHEILA DA SILVEIRA.
26 DE SETEMBRO (segunda-feira), às 20H, no teatro CÂNDIDO MENDES (Ipanema – Rio de Janeiro): a 7ª edição do projeto OCUPAÇÃO POÉTICA.
Coordenação do projeto: PAULO SABINO.
Esperamos todos!
SERVIÇO
Ocupação Poética – Teatro Cândido Mendes
Coordenação: PAULO SABINO
Segunda-feira (26/09)
Participantes: PAULO SABINO, JORGE SALOMÃO, ROBERTO FREJAT, ANTONIO CICERO, CHRISTOVAM DE CHEVALIER, PATRÍCIA MELLODI, SHEILA DA SILVEIRA
Horário: 20h
Entrada: R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia)
Vendas antecipadas na bilheteria do teatro
End.: Joana Angélica, 63 – Ipanema, Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2523-3663.
LISTA AMIGA (MEIA-ENTRADA):
Queridos & Queridas,
A lista amiga deste evento, a 7ª edição do projeto Ocupação Poética no teatro Cândido Mendes, em homenagem ao poeta, letrista & agitador cultural Jorge Salomão, dia 26/09 (segunda-feira), garante apenas o preço da meia-entrada (R$ 20,00), não garante o ingresso na bilheteria (em caso de lotação).
A lista amiga serve àqueles que:
1) não possuem CARTEIRA DE ESTUDANTE;
2) não possuem CARTEIRA DE PROFESSOR;
3) não possuem CARTEIRA DO CINE SANTA TERESA;
4) não possuem ACIMA DE 65 ANOS.
Se você se enquadra em algum dos quesitos acima (possui, ou carteira de estudante, ou a de professor, ou a do Cine Santa Teresa, ou possui acima de 65 anos), você NÃO PRECISA do nome na lista amiga.
Os que queiram pagar meia-entrada (R$ 20,00) & não possuem as carteiras citadas acima nem mais de 65 anos, por favor, deixem os nomes nos comentários desta publicação.
Até lá! Até já!
______________________________________________________
(autor dos versos: Jorge Salomão.)
PSEUDO-BLUES
Dentro de cada um
Tem mais mistérios do que pensa o outro
Uma louca paixão avassala a alma o mais que pode
O certo é incerto, o incerto é uma estrada reta
De vez em quando acerto
Depois tropeço no meio da linha
Tem essa mágica
O dia nasce todo dia
Resta uma dúvida
O sol só vem de vez em quando
O certo é incerto, o incerto é uma estrada reta
De vez em quando acerto
Depois tropeço no meio da linha
______________________________________________________
(do site: Youtube. áudio extraído do álbum: Virgem. artista & intérprete: Marina Lima. canção: Pseudo-Blues. música: Nico Rezende. poema: Jorge Salomão. gravadora: Universal Music.)
(O elenco desta 5ª edição: Sheila da Silveira, Paulo Sabino, Patricia Mellodi, Jorge Salomão, Jane Di Castro, Christovam de Chevalier, Aloísio de Abreu, Ithamara Koorax, Paulo Mário Martins, Sandra Duailibe)
(Aloísio de Abreu, Paulo Sabino & Jane Di Castro — Foto: Marco Rodrigues)
(Ithamara Koorax & Paulo Sabino)
(Paulo Sabino, Paulo Mário Martins & Christovam de Chevalier)
(Patricia Mellodi, Paulo Sabino, Jorge Salomão & Sandra Duailibe)
(O coordenador do projeto, Paulo Sabino, e o homenageado da noite, o jornalista & poeta Christovam de Chevalier)
(Algumas matérias sobre a 5ª edição deste projeto: no caderno Zona Sul, do jornal O Globo; na revista Veja Cultura; na coluna da Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo)
______________________________________________________
A noite de quarta-feira (15/06), com a 5ª edição do projeto Ocupação Poética, coordenado por este que vos escreve, no teatro Cândido Mendes (Ipanema), em homenagem ao querido & talentoso jornalista & poeta Christovam de Chevalier, e com participações para lá de especiais de Ithamara Koorax, Sheila da Silveira, Aloísio de Abreu, Sandra Duailibe, Paulo Mário Martins, Patrícia Mellodi, Jorge Salomão & Jane di Castro, foi de pura emoção, pura sofisticação, pura lindeza, pura luz.
Noite embriagada de poesia.
A noite de quarta-feira (15/06) teve um significado imenso na minha existência: perto de completar os meus 40 anos (perto de fechar mais uma década de vida, a década de 30, e partindo para a década de 40), no dia 24 de junho, dia de são João Xangô menino, uma noite mágica de poesia, ao lado de feras participantes, amigos & público quente, me trouxe uma alegria de vida que a minha atenção dispensada à saúde da minha mãe, em geral, neste momento, tem dispensado.
“Coração na boca, peito aberto, vou sangrando”.
Valeu demais, valeu por tudo!
Agradecer a todos os envolvidos para que a noite acontecesse: Christovam de Chevalier, Ithamara Koorax, Sheila da Silveira, Aloísio de Abreu, Sandra Duailibe, Paulo Mário Martins, Patrícia Mellodi, Jorge Salomão, Jane di Castro, Julia Mendes de Almeida, Rafael Roesler Millon, Adil Tiscatti & Fernanda Oliveira — o meu muitíssimobrigado!
Agora é partir para a 6ª edição!
Vamos que vamos!
“Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda: é apenas o meu jeito de viver o que é amar”.
Beijo todos!
Paulo Sabino.
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [5ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 15/06/2016. Paulo Sabino recita Não sou a mosca azul do Machado (…), poema de Christovam de Chevalier.)
Não sou a mosca azul do Machado (Christovam de Chevalier)
pois o cofre da alegria e juventude
não está em mim depositado.
O que há é o triste som do alaúde
desafinado, o bafo de idosos banguelas
(cinza e preto colorem minhas aquarelas).
Fico triste, pois sou triste.
Nenhum dedo em riste
vai barrar a entrada da tristeza em mim
(seu crachá tem validade permanente).
A tristeza me visita com freqüência
É habituée da minha pessoa.
Aproveita-se da minha ausência
Invadindo-me quando estou à toa.
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [5ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 15/06/2016. Paulo Sabino recita Quadrinha sem motivo, poema de Christovam de Chevalier.)
QUADRINHA SEM MOTIVO (Christovam de Chevalier)
O consolo da voz
sobre o solo da foz
do rio que, como um raio
rasga o horizonte onde desmaio.
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [5ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 15/06/2016. Paulo Sabino recita Menstrual, poema de Christovam de Chevalier.)
MENSTRUAL (Christovam de Chevalier)
Boceta bucólica
faceta alcoólica
lírica e simbólica
Coca-Cólica.
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [5ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 15/06/2016. Paulo Sabino recita Deus, poema de Christovam de Chevalier.)
DEUS (Christovam de Chevalier)
Deus do vinagre e do Viagra
Das hipócritas beatas e das livres prostitutas
Deus, que o íntimo de minh’ alma consagra
Dos imbecis às pessoas mais astutas.
Não és o it denominado por Clarice
Muito menos as flores e árvores do Caeiro.
Se aparecesses em flashes de propaganda
Deixando assim que algum de nós o visse
Terias algum crédito primeiro.
Terá Deus o rosto do Murilo Benício?
Terá Ele conosco alguma semelhança?
Terá já tido um fim ou mesmo um início?
Terá o corpo de idoso ou a tez de criança?
Não rogo a ti cem vezes como o compositor
Simplesmente não te rogo
Renego-te, abandono-te
Como se esquece o carrinho de bebê numa praça deserta.
Posso até crer em ti
Crendo no que desconheço.
Crendo no que nunca vi…
Será que isso eu mereço?
______________________________________________________
(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [5ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 15/06/2016. Paulo Sabino recita Canção a Maria Bethânia, poema de Christovam de Chevalier.)
CANÇÃO A MARIA BETHÂNIA (Christovam de Chevalier)
O timbre de Maria Bethânia é timbre de pedra.
Pedra corroída por erosões pluviais
Negrume vindo do centro dos umbrais
(tudo quanto é pouco, tudo quanto é mais).
O timbre de Maria é a ladainha secular
Que ecoa e paira sobre o lilás do mar
Ladainha que evoca a Virgem Mãe
Ladainha que é profana e malsã
Canto avermelhado , ponto de Iansã
Pássara proibida da manhã
Tenra, Terra…
Diva, divina, divindade
Doce e sutil calamidade
Abelha rainha de sua colmeia
Sangras na palma da mão tua platéia
Musa que abusa da melodia
Nobre e altiva fulana
Com jogo de cintura, rodas tua baiana
Em prol do respeito e da disciplina
Canto choroso de madura menina.
Dentre tantas és a maior intérprete
Feiticeira das feiticeiras: és Hécate.
Clamor vociferado em doce canto
Rainha que abdicou de cetro, coroa e do rubro manto
Alegria transmutada em doce pranto
Luz da noite
Facho incandescente.
(Aqui, o elenco completo desta 5ª edição do projeto “Ocupação Poética”, coordenado por este que vos escreve.)
(Christovam de Chevalier)
(Jane di Castro)
(Jorge Salomão)
(Ithamara Koorax)
(Aloísio de Abreu)
(Patrícia Mellodi)
(Paulo Mário Martins)
(Sheila da Silveira & Christovam de Chevalier)
______________________________________________________
Anotem na agenda, espalhem a notícia, compartilhem esta publicação!
Dia 15 DE JUNHO (quarta-feira), às 20H: a 5ª edição do projeto OCUPAÇÃO POÉTICA, coordenado por ESTE QUE VOS ESCREVE, no teatro CÂNDIDO MENDES (Ipanema – Rio de Janeiro), com leituras baseadas no segundo livro do jovem poeta & jornalista, colunista do Jornal “O Globo”, CHRISTOVAM DE CHEVALIER, intitulado “NO ESCURO DA NOITE EM CLARO”.
O poeta & jornalista Christovam de Chevalier é o mais jovem poeta a integrar este projeto.
Além da participação do poeta & jornalista & da participação deste que vos escreve, o evento contará também com as participações para lá de ESPECIAIS:
— da atriz & cantora JANE DI CASTRO;
— do poeta & agitador cultural JORGE SALOMÃO;
— da cantora ITHAMARA KOORAX;
— do ator ALOÍSIO DE ABREU;
— da cantora PATRÍCIA MELLODI;
— do jornalista PAULO MÁRIO MARTINS;
— da poeta SHEILA DA SILVEIRA;
15 DE JUNHO (quarta-feira), às 20H, no teatro CÂNDIDO MENDES (Ipanema – Rio de Janeiro): a 5ª edição do projeto OCUPAÇÃO POÉTICA.
Coordenação do projeto: PAULO SABINO.
Esperamos todos!
SERVIÇO
Ocupação Poética – Teatro Cândido Mendes
Coordenação: PAULO SABINO
Quarta-feira (15/06)
Participantes: PAULO SABINO, CHRISTOVAM DE CHEVALIER, JANE DI CASTRO, JORGE SALOMÃO, ITHAMARA KOORAX, ALOÍSIO DE ABREU, PATRÍCIA MELLODI, PAULO MÁRIO MARTINS, SHEILA DA SILVEIRA
Horário: 20h
Entrada: R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia)
Vendas antecipadas na bilheteria do teatro
End.: Joana Angélica, 63 – Ipanema, Rio de Janeiro. Tel.: (21) 2523-3663.
______________________________________________________
(do livro: No escuro da noite em claro. autor: Christovam de Chevalier. editora: 7Letras.)
COMIGO É ASSIM
Com a grafia viva
de uma língua extinta
faço minha poesia.
Com o punho exausto
a alma em estado de alerta
assim faço minha poesia.
Criança rabiscando a esmo
afirmando calamidades.
No escuro da noite em claro.
Assim faço minha poesia:
com indícios de talento
e a urgência de doente terminal.