GLAUCO MATTOSO: SONETO PARA UM ENUNCIADO AMANTEIGADO
29 de maio de 2015

Pão com manteiga_Torrada
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“Valeu pela força, caro Paulo! Abração do Glauco”. (Glauco Mattoso)

 

aos senhores, um vídeo — caseiro — de um trecho das minhas leituras de poemas no sarau que venho organizando com alguns amigos, no bairro de santa teresa (na cidade do rio de janeiro), uma vez por mês. o sarau acontece no largo das neves, à noite, com o apoio do bar alquimia, comandado por uma amiga.

no trecho filmado, falo sobre o autor da poesia & recito uma poesia do autor: um soneto delicioso, muito divertido, já publicado neste espaço, do paulistano glauco mattoso, que trata da célebre “lei de murphy”.

o próximo sarau — “sarau do largo das neves” — acontecerá no final de junho, em comemoração aos 39 anos deste que vos escreve. avisarei a data & o horário, nesta página, com alguma antecedência.

por enquanto, deixo-os com o videozinho & a transcrição do soneto. espero que gostem!

beijo todos!
paulo sabino.
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(do livro: A letra da ley. autor: Glauco Mattoso. editora: Annablume.)

 

 

SONETO PARA UM ENUNCIADO
AMANTEIGADO

 

Com muitas variantes se enuncia
a velha lei de Murphy: “Se haver pode
a probabilidade, uma fatia
que seja, de foder, a coisa fode.”

Por outras palavrinhas: “Quem se fia
na chance de dar certo, tire o bode
da chuva, ou o cavalo!” Já dizia
o calvo: “Quem faz barba, faz bigode!”

Inútil discutir: o pão do pobre,
do lado da manteiga que o recobre,
na certa cairá, voltado ao chão…

Duvidam? Quantas vezes for jogado,
de novo vai cair no mesmo lado
e a Murphy acabará dando razão…
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(do site: Youtube. evento: 3ª edição do Sarau do Largo das Neves. local: Santa Teresa — Rio de Janeiro. data: 21/05/2015. Paulo Sabino, sobre o poeta Glauco Mattoso, e recita o seu “Soneto para um enunciado amanteigado”.)