Quer presente maior para um poeta, receber, na madrugada da noite de Natal, uma mensagem da sua mestra maior da literatura, avisando-lhe que o seu livro de estreia na poesia, “Um para dentro todo exterior”, chegou ao seu destino, em Lisboa, são e salvo? Pois bem, que alegria receber a mensagem (acima) da minha querida mestra Nélida Piñon, para quem não sabe, uma das responsáveis pelos prefácios do meu livro de estreia na poesia, “Um para dentro todo exterior”.
E o contentamento só fez aumentar! A outra mensagem também me chegou ano passado (2018), mas só vi, e li, neste 2019: o grande mestre na minha vida, a quem recorro, pedindo opinião sobre minúcias dos meus versos, um dos maiores poetas brasileiros, Armando Freitas Filho, me enviou as suas linhas (também acima) depois de ler o meu livro de estreia na poesia, “Um para dentro todo exterior”. O Armando não gosta de escrever prefácios, textos para livros, mas dei um jeito de tê-lo no meu: dediquei a ele um poema sobre o “fazer poético”. Afinal, o mestre mais que merece.
A quem interessar, seguem os links de compra do meu “Um para dentro todo exterior”:
(Lançamento do meu livro de estreia na poesia, Um para dentro todo exterior, na livraria Blooks, Rio de Janeiro — 05/09 — Foto: Luciana Queiroz)
(Com a minha parceira de selo Bem-Te-Li, da editora Autografia, a produtora editorial Cristine Ferreira — Foto: Luciana Queiroz)
(Livraria cheia, noite linda, astral lá em cima — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Rafael Millon)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Assinando para um amor da vida, o meu amigo e espécie de mentor intelectual, além de ser o responsável pela orelha do livro, o poeta e filósofo Antonio Cicero — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Outra grande honra: assinando para o duas vezes vencedor do prêmio Jabuti, e um dos responsáveis pelos prefácios do livro, o amigo e mestre Salgado Maranhão — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Assinando para um poeta de primeira grandeza, um dos preferidos da Adriana Calcanhotto, o meu amigo & xará Paulo Henriques Britto — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Assinando para o casal — um mestre da poesia, muito importante na minha trajetória, Adriano Espínola, e Moema, sua querida esposa — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Assinando para um poeta refinadíssimo, pessoa pra lá de amorosa, Tanussi Cardoso — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Assinando para um grande poeta e amigo, Luis Turiba — Foto: Luciana Queiroz)
(Com o casal de poetas Luca Andrade e Luis Turiba — Foto: Luciana Queiroz)
(Com o super poeta, máximo respeito, o mano meu, Mano Melo — Foto: Luciana Queiroz)
(Foto: Luciana Queiroz)
(Os lindos e queridos amigos e poetas Christovam de Chevalier e Thassio Ferreira — Foto: Luciana Queiroz)
(Só feras! Que honra — da esquerda para direita: Adriano Espínola, Salgado Maranhão, Abel Silva, André Vallias, Antonio Cicero, Tom Farias e Luis Turiba — Foto: Luciana Queiroz)
(Co-marida e marido: Monica Ramalho e Rafael Millon, da Belmira Comunicação, na assessoria de imprensa pra lá de maravilhosa — Foto: Luciana Queiroz)
(Ganhando carinho de mãe, a minha caboclinha linda, Jurema Armond, feliz da vida com a noite de lançamento — Foto: Luciana Queiroz)
(Mamãe amada — foto: Cristine Ferreira)
(Orgulho do pai — Foto: Luciana Queiroz)
(A grande honra de ter o poema que dá título ao livro no blog Acontecimentos, do poeta e filósofo Antonio Cicero)
(Na coluna Parada Obrigatória, do jornal O Globo, o destaque foi para a noite de lançamento de Um para dentro todo exterior)
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Gente querida e poética,
É tanta coisa, tanta coisa, que nem sei por onde começar… Muita expectativa para o lançamento no Rio de Janeiro, minha cidade, muita ansiedade para que chegasse o dia… O dia chegou, foi na quarta-feira da semana passada, 5 de setembro, e a noite foi uma lindeza só! Muito feliz por ver tanta gente amiga — amigos do tempo de escola, do tempo de faculdade, amigos que o trabalho com a poesia me deu. Além da felicidade da minha cabocla Jurema Armond, a grande responsável pela minha carreira literária e pelo meu amor ao verbo, ao verso: à palavra. Noite que levarei no coração para sempre!
*** Nesta 14ª edição do projeto Ocupação Poética, leitura dos poemas que integram o livro de estreia do coordenador e organizador do projeto, o poeta e agitador cultural Paulo Sabino ***
O poeta e agitador cultural lançou, no último dia 5, na Blooks Livraria, no Rio de Janeiro, o seu livro de estreia na poesia, intitulado Um para dentro todo exterior. O livro conta com textos de apresentação dos acadêmicos (Academia Brasileira de Letras) Antonio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Nélida Piñon e do 2 vezes vencedor do prêmio Jabuti Salgado Maranhão.
Agora chegou a vez do público conhecer os poemas através das leituras que serão feitas nesta próxima segunda-feira, 17 de setembro, a partir das 20h, no Teatro Cândido Mendes de Ipanema.
Participam da leitura os poetas Christovam de Chevalier, Luis Turiba, Mano Melo, Jorge Ventura, Thassio Ferreira, o acadêmico (ABL) Antonio Cicero e as cantoras e compositoras Maíra Freitas e Juliana Linhares (da super banda Pietá)!
Venham! Esperamos vocês!
Ao final da apresentação, haverá uma noite de autógrafos para quem quiser levar o livro devidamente assinado.
Serviço:
Ocupação Poética (14ª edição)
Coordenação: Paulo Sabino
Participantes: Christovam de Chevalier, Antonio Cicero, Jorge Ventura, Mano Mello, Luis Turiba, Thassio Ferreira, Juliana Linhares e Maíra Freitas
Teatro Cândido Mendes
Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema
Tel: (21) 2523-3663
Data: 17/09 SEGUNDA-FEIRA
Horário: 20h
Entrada: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia)*
Classificação: 14 anos
* Os nomes nos comentários desta publicação entram automaticamente na lista-amiga, garantindo a meia-entrada (R$ 10,00)
(Mensagem do Cicero, que assina a orelha do livro)
(Mensagem da Nélida, que assina um dos textos de apresentação do livro)
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Ele está aqui, na companhia do papai, sendo gestado, preparado, ganhando forma, peso, desenvolvendo-se de maneira muito bonita. Ainda não nasceu, ele chega ao mundo no fim de julho, mas papai já é puro orgulho! Expectativa & ansiedade a mil, não vejo a hora de parir o meu rebento poético, meu livro de estreia na poesia!
Um para dentro todo exterior, nome da cria, ganha o mundo dia 26 de julho (quinta-feira), na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que este ano homenageia a mestra, poeta por quem sou absolutamente apaixonado, Hilda Hilst.
Depois do lançamento na Flip, realizo um outro, em agosto (a previsão é de 2 semanas depois da festa literária), na minha cidade, no Rio de Janeiro, na livraria Blooks, localizada na praia de Botafogo. Mais à frente, volto com maiores informações.
Um para dentro todo exterior consta de 42 poemas.
Aqui, embaixo, as pessoas que tenho que agradecer neste momento de gestação:
Pintura da capa: Chico Lobo
Foto da capa e do autor: Thiago Facina
Texto da orelha: Antonio Cicero
Texto da contracapa: Antonio Carlos Secchin
Textos de apresentação (prefácios): Salgado Maranhão e Nélida Piñon
Assessoria de imprensa: Belmira Comunicação
Selo: Bem-Te-Li (Editora: Autografia)
Coordenação do selo: Paulo Sabino e Cris Maza
Tenho que confessar a vocês que, hoje em dia, depois de receber todos os textos que tratam do livro, eu estou mais encantado pelos textos sobre o livro do que com o livro propriamente. Não é que eu considere o livro ruim — muito pelo contrário, amo o meu livro, gosto demais dele —, é que os textos sobre o livro foram escritos por pessoas da minha mais alta admiração. Então me é uma alegria imensa ler o que essas pessoas enxergaram do livro.
Espero a presença de vocês em algum dos lançamentos.
De brinde, um poema — dos tantos & tantos que amo — da grande homenageada da festa literária de Paraty.
A capa do caderno B, o caderno cultural do Jornal do Brasil (JB — 21/03/18)
A contracapa do caderno B, com a matéria — Jornal do Brasil (JB — 21/03/18)
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“Querido Paulo, não tenho o jornal, mas celebro a bela capa. Fiquei orgulhosa. Cumprimente sua querida mãe em meu nome. Meus Parabéns. Bjo, Nélida Piñon”.
(Nélida Piñon — escritora & membro da Academia Brasileira de Letras)
Quarta-feira (21/03/18), o poeta Paulo Sabino, “o novo camaleão da noite do Rio” (segundo a matéria), foi a capa & contracapa do caderno cultural do Jornal do Brasil (JB), contando a sua trajetória na poesia & falando sobre o seu projeto Ocupação Poética, no teatro Cândido Mendes de Ipanema, que no dia 16 de abril chega à 12ª edição & recebe, como homenageado, o poeta & agitador cultural Mano Melo, e do selo de poesia Bem-Te-Li, sob sua coordenação.
Obrigadíssimo aos administradores do teatro, Fernanda Oliveira & Adil Tiscatti! Obrigadíssimo a todos os poetas homenageados pelo projeto & aos participantes das noites! Obrigadíssimo a idéia da matéria, querida Deborah Dumar (editora do caderno B)! Obrigadíssimo o carinho & a bela matéria, Mônica Riani! Adorei as suas palavras!
Abaixo, a quem interessar, para leitura, fotos legíveis do texto, relativas às colunas da matéria. Depois da matéria, um poema, de minha autoria: a vida vale a vida se, nela, na vida, tivermos o que nos alimenta de vida. “Validar” a vida, isto é, “legitimar” a vida, com o que “vale dar” à vida & dela receber. Por isso o nome do poema: “Valedar”.
Beijo todos!
Paulo Sabino.
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(Paulo Sabino e Nélida Piñon preparando-se para a gravação)
(No Espaço Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras)
(Passeando com Nélida pela Academia Brasileira de Letras)
(No teatro Raimundo Magalhães Júnior, da Academia Brasileira de Letras)
(Paulo Sabino e Nélida Piñon com a talentosa e querida equipe do programa Próxima Página)
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Meu coração não contenta! Imagine-se recebendo uma ligação em que a pessoa do outro lado da linha te convida pra participar de um programa de entrevistas cuja dinâmica é a seguinte: o entrevistado de um episódio vira o entrevistador do próximo episódio. Pois bem, o convite foi pra que eu fosse o entrevistado. Querem saber quem foi a minha entrevistadora? É só olhar as fotos que seguem… Sim sim sim, fui entrevistado pela grande dama da literatura brasileira Nélida Piñon!
A nova série audiovisual da MultiRio, empresa de mídia educativa e cultural do município do Rio de Janeiro, reúne personagens, como a escritora Nélida Piñon, em torno de um tema comum: a paixão pelos livros. Para o programa, intitulado “Próxima página”, eu tive o grande prazer de ser entrevistado por ela, pela grande dama da literatura, na sua “casa”, a Academia Brasileira de Letras (ABL). Uma alegria e uma honra! Os programas mostram bate-papos entre pessoas apaixonadas pela literatura e que trazem à tona as diversas maneiras de entrar nesse mundo e vivenciar a leitura. O lançamento da nova produção aconteceu agorinha, neste final de novembro.
No programa, falo sobre a minha origem poética, os primeiros passos, sobre a nossa formação cultural e lingüística, sobre Machado de Assis, sobre Paulo Leminski, sobre Luis Turiba, sobre Maria Bethânia, sobre Fernando Pessoa, sobre Castro Alves, sobre o meu projeto “Ocupação Poética” e muitas outras coisas. 12 minutinhos, assistam porque tá muito bacana! Uma alegria que levarei para sempre porque não é todo dia que conto com uma entrevistadora deste quilate!
Beijo todos!
Paulo Sabino.
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(do site: Youtube. programa: Próxima Página. Nélida Piñon entrevista Paulo Sabino. local: Academia Brasileira de Letras — ABL. direção: Denise Moraes. produção e realização: MultiRio.)
ARS POÉTICA(autor: Paulo Sabino)
marcar o papel a palavra
fogo
coisa que queime,
que permita combustão
rasgar a folha a metáfora
faca
coisa que corte,
que sangre emoção
lamber a linha a imagem
língua
coisa que arrepie,
que concentre tesão
molhar o branco a figura
água
coisa que inunde,
que contemple imensidão
(A dedicatória pra mim)
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“Paulo, querido:
Sua presença, sua companhia, e mais especialmente sua voz, estão comigo neste lançamento.
Te encontrar foi um presente!
Que a gente lance, se lance, nesse lance, livre e livro, como a vida quer de nós.
Um beijo enorme e muito, muito obrigada!”
(Sandra Niskier Flanzer — 30/06/17)
A noite de segunda-feira, 31/07, com o lançamento do novo livro de poemas da psicanalista e poeta Sandra Niskier Flanzer, “Do quarto” (ed. 7Letras), na Casa do Saber, foi linda!
A poeta me convidou para fazer um recital de poesia que foi o meu primeiro vôo solo, a primeira vez que me apresentei sem dividir o palco, coisa que AMO fazer. Eu, chato que sou (acredito ser assim pra muita gente), acho que poderia fazer melhor, que não dei conta do recado de uma maneira satisfatória (pra mim). Mas, apesar dessa impressão (minha), recebi palavras muito carinhosas, muito generosas, de quem assistiu e veio falar comigo ao final. A Sandra também me contou que recebeu palavras muy elogiosas sobre o sarau que pensamos juntos e o meu desempenho com as palavras.
Para além disso, soube de uma história bacanérrima: de uma pessoa que não conheço e que estava no recital e que trabalha com um grande amigo meu e que por conta de uma foto do recital no celular do meu grande amigo comentou com ele que esteve nesse recital na segunda-feira (31/07) e que foi “sensacional” (palavra do meu amigo) e um tanto mais de palavras calorosas. Saldo pra lá de positivo. Por isso, por esse retorno do público, estou muito feliz com esta primeira apresentação sozinho.
A Sandra lotou o espaço merecidamente, porque o seu livro, “Do quarto”, é de uma beleza rara na poesia, muito sofisticado, e porque mesclamos as leituras com poemas de grandes autores (Adélia Prado, Drummond, João Cabral, Gullar, Pessoa, Antonio Cicero, Antonio Carlos Secchin, Armando Freitas Filho), desenvolvendo um papo poético bem bacana entre os versos. Por tanto, por tudo, aqui para agradecer demais demais demais o convite da Sandra, a oportunidade deste momento e a confiança depositada na minha voz. Agradecer demais demais demais a presença dos amigos, e, especialmente, dos mestres — também amigos — que lá estiveram: os membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) Nélida Piñon, Antonio Carlos Secchin e Antônio Torres, o poeta, letrista e filósofo Antonio Cicero, o membro da Academia Carioca de Letras (ACL) Adriano Espínola e o figurinista de cinema, teatro e publicidade Marcelo Pies. A vontade pede mais momentos como o vivenciado na segunda 31/07.
Valeu demais!
Salve a Poesia!
Salve a sua existência na minha!
De presente, uma poesia incendiária da Sandra, que chama pela chama, pelo calor, pela luz, que a poesia alastra a quem desejar a sua chama, o seu calor, a sua luz.
Beijo todos!
Paulo Sabino.
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(do livro: Do quarto. autora: Sandra Niskier Flanzer. editora: 7Letras.)
CHAMA POESIA
Tu estejas aí
Enquanto estiver aqui
Não arredarei pé
Atravessarei feriado
Os ócios do ofício
E o fim da semana
A produzir labaredas
Lavas que atiçam chamas
Centelhas a chamar fogueiras
Estarei no entre flamas,
Laboredas combustíveis
Incinerando o edredom
Queimando a cama parada
Em meio ao fogo cruzado
Assim, tu estejas aí,
Minha cara litera-dura
Segura-me com tua brasa
Aquece-me em minha casa
Pois te apago e a pago
Incendiária e sem diária.
(O mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, Geraldo Carneiro. 31/ 03/ 2017.)
(Com o presidente da Academia Brasileira de Letras, Domício Proença Filho, que, para a minha surpresa, disse ser um admirador do meu modo de dizer poesia. 31/ 03/ 2017.)
(Com uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, Nélida Piñon, que acompanha de perto o meu trabalho com a poesia. Ter conhecido a Nélida pessoalmente e tê-la como admiradora do meu trabalho é uma alegria pra sempre. 31/ 03/ 2017.)
(Com a linda e querida e divertida musa do Geraldinho Carneiro, a atriz Ana Paula Pedro – 31/ 03/ 2017.)
(“Tá tudo dominado! Só tem poeta aqui!” Era o que dizíamos, ao comando do empossado, na preparação para esta foto. Com o mais novo membro da Academia Brasileira de Letras, Geraldinho Carneiro, e o amigo lindeza da vida, Christovam de Chevalier – 31/ 03/ 2017.)
(Com o meu mestre maior, responsável pelo divertido e sofisticado discurso de boas vindas ao Geraldinho Carneiro na Academia Brasileira de Letras, o super e requintado Antonio Carlos Secchin – 31/ 03/ 2017.)
(Festa e risos depois da cerimônia com a divertidíssima, a irreverência em pessoa, Leiloca, com o querido Anderson Thives, e o meu amigo Christovam de Chevalier – 31/ 03/ 2017.)
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“Querido Paulo,
Muito obrigado pela sua homenagem tão linda. Fiquei felicíssimo e comovido com as suas palavras. Beijos e abraços,
Geraldo”.
(Geraldo Carneiro — poeta, tradutor, dramaturgo & o mais novo integrante da Academia Brasileira de Letras — ABL)
A primeira posse a gente nunca esquece… Ao menos essa eu nunca esquecerei, pelo grande barato que foi participar e encontrar tanta gente de que gosto e que admiro.
Sexta-feira passada (31/03), o meu querido amigo e grande poeta, tradutor e dramaturgo Geraldo Carneiro tomou posse da cadeira de n° 24 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Noite linda, com discursos primorosos tanto do empossado quanto do membro da instituição responsável pelas boas vindas ao novo imortal, o meu mestre querido Antonio Carlos Secchin.
Foi nesta noite que tive o grande prazer e honra de conhecer uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos, a delicada e querida Nélida Piñon, que, para a minha grande alegria, acompanha de perto e admira o meu trabalho com a poesia e topou que eu coordene uma homenagem a ela e à sua obra, necessária e sofisticada. Também nesta noite, a grande alegria e surpresa por saber que o presidente da Academia Brasileira de Letras, o imprescindível Domício Proença Filho, é um grande admirador (segundo o próprio) do meu modo de dizer poemas — “você arrebenta lendo, adoro ouvi-lo”. E, de quebra, ouvir, mais uma vez, do empossado, Geraldinho Carneiro, um elogio que me enche de satisfação: “um dia, ainda vou ler e dizer poemas como você”. Figura amável, ímpar.
Lindo também foi o meu reencontro com a musa do Geraldinho, a linda e querida atriz Ana Paula Pedro, com quem ri um bocado pós cerimônia.
Alegria imensa de estar com os amigos e poetas poderosos Christovam de Chevalier e Nuno Rau, entre outros, e o prazer de conhecer a irreverente e alto astral cantora (ex-integrante do grupo “As Frenéticas”) e astróloga Leiloca, com quem desejo certamente mais encontros. Como nos divertimos!…
Uma noite incrível, que ficará para sempre guardada na minha memória e no meu coração.
Parabéns totais ao Geraldo Carneiro! Geraldinho merece todas as homenagens possíveis, não só pela sua obra fantástica como por sua pessoa muito bem humorada e generosa, que aprendi a gostar ainda mais depois que nos tornamos amigos e admiradores do trabalho que desenvolvemos.
Acima, algumas fotos que traduzem um pouquinho deste momento. Abaixo, de brinde, um poema do Geraldinho.
(do livro: Dicionário de locuções e expressões da língua portuguesa. autores: Carlos Alberto de Macedo Rocha / Carlos Eduardo Penna de M. Rocha. editora: Lexikon.)
torre de BabelFig. Lugar onde todos falam e ninguém se entende. Lugar confuso, congestionado, sem um certo ordenamento. (Tb. se diz apenas babel.)
Alusão ao relato bíblico sobre a Torre de Babel que os homens ergueram com a pretensão de alcançar o céu, mas que lhes confundiu as línguas, tornando impossível se entenderem e pondo, por isso, fim à empreitada. V. Gn, 11, 1-9.
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barganhas de babel: as trocas, as permutas, os escambos, que conseguimos & que se fazem de babel, isto é, as trocas, as permutas, os escambos, que se dão numa confusão grande de comunicação.
linhas telefônicas cruzadas, que se cortam, que se interpõem, que se sobrepõem — assim como as linhas da vida, os caminhos da vida, os encontros & desencontros, acontecimentos que se cruzam, que se cortam, que se interpõem, que se sobrepõem, criando uma teia confusa de histórias que se criam.
no poema abaixo, as combinações várias entre os versos, gerando incertezas, confusões, descontinuidades. os versos podem ser lidos & interpretados de maneiras as mais diversas. sempre com muito humor, ironia, e sofisticação.
eu criei a minha maneira de lê-los & interpretá-los. crie a sua barganha de babel também!
beijo todos!
paulo sabino.
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(do livro: Subúrbios da galáxia. autor: Geraldo Carneiro. editora: Nova Fronteira.)
BARGANHAS DE BABEL
Alô. Alô. Alô.
Alô. Quem?
É.
Alô. Não.
Alô. Alô.
Como é o seu nome?
Não, não é daqui.
Eu sei. Mas qual é o seu nome?
Cláudia.
Alô. Alô.
Não desliga.
Ah, é?
Tem uma semana
que eu tento falar com esse número.
Desculpe, minha senhora.
Alô! Chama o Marcelo.
Fico só ouvindo a conversa dos outros.
Acho que é defeito.
Quer fazer o favor de chamar o Marcelo?
Quem é esse cara aí no telefone?
Cala a boca!
Sabe, Cláudia, o que tem de gente frustrada
nesse mundo…
Sei.
Cala a boca!
Talvez a gente pudesse se encontrar.
Quem sabe?
Alô.
É a última vez que eu te ligo.
Você não pode fazer isso.
Ai, estou esperando há horas!
Quer chamar o Marcelo?
Alô. Alô. Alô.
De onde falam?
Alô. É você?
Cala a boca!
Quem sabe a gente não se encontra?
Só se for por acaso.
Sim, 274-2121.
Não, não está.
Alô?
Pode completar.
Minha senhora, quantas vezes
tenho de lhe dizer que não é
este o número?
Cala a boca, porra!
Que confusão. Assim não dá.
Eu ligo mais tarde.
Que tal irmos ao cinema amanhã de noite?
Pode ser.
Alô. Alô.
É claro. Não aguento mais viver
nesta droga de país.
Com quem deseja falar?
Quer fazer o favor de chamar o Marcelo?
Olha, eu não te amo mais.
Não pode ser.
Alô.
Desliga esta merda!
Não dá pra falar pelo telefone.
Alô. Alô. Alô.
Acho melhor um outro dia.
Que nada. Espera aí que eu vou
baixar a televisão.
Alô.
Pode dizer, não tem ninguém
ouvindo.
Alô.
274-3237?
É.
Olha, então manda dizer ao Marcelo
pra me ligar.
Falou. Encontro com você às 9
na Nossa Senhora da Paz.
Não adianta. A decisão está tomada.
Alô. Alô. Alô.
Aqui é da Companhia Telefônica.
Não é daqui, não.
Então eu vou de calça branca
e te espero perto da estátua.
Jockey Clube, boa tarde.
Seu aparelho está com defeito.
Isto é um teste.
Alô, espera.
Então era isso que você
tinha a dizer?
É só isso.
Eu sou alta, morena, de olhos claros.
Então não tem erro.
Não consigo ouvir direito.
Como?
Alô. Alô.
Então, tchau.
Não tem problema. Hoje de noite
está consertado.
É melhor a gente não se ver
nunca mais.
Alô, como?
Só mais uma coisa.
O que é?
Vou me matar.
(Na foto, o prédio do Museu Nacional de Belas Artes, localizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro.)
(Adentrando o salão nobre do Museu Nacional de Belas Artes — MNBA — para a cerimônia de 80 anos da instituição.)
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“Querido Paulo Sabino,
Belo Poeta , além de porte elegante,
Meus parabéns pela honra que lhe foi merecidamente conferida.
Teria desejado estar presente para aplaudir a ilustre instituição brasileira e o seu orador oficial.
E sua mãezinha, como está ? Minhas homenagens a ela.
O abraço carinhoso da
Nélida Piñon.”
(Nélida Piñon — escritora integrante da Academia Brasileira de Letras — ABL)
A cerimônia pelos 80 anos do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) foi ótima, tudo correu super bem!
Trabalho bem executado, todos felizes: eu, com o que pude fazer, e os amigos & administradores do museu, pelo resultado da cerimônia. Já fui convidado, inclusive, para outros eventos da instituição (e para evento de uma instituição afim ao museu). Adorei. Às ordens para quando precisar.
Aos interessados, deixo um trechinho do recital de violino & piano, que integrou a cerimônia de comemoração dos 80 anos do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), na sexta-feira (13/01), da qual tive o imenso prazer de participar como o mestre de cerimônia de todo o evento (este videozinho foi feito por mim).
No vídeo, as musicistas Priscila Ratto (violino) & Katia Ballousier (piano) apresentam uma peça do compositor austro-húngaro Fritz Kreisler, Prelúdio & Allegro. Lindo & emocionante!
E, homenageando a instituição, dois poemas extraídos — não coincidentemente — do livro “Museu de tudo”, do mestre maior João Cabral de Melo Neto.
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segundo o dicionário houaiss, museu é a “instituição dedicada a buscar, conservar, estudar e expor objetos de interesse duradouro ou de valor artístico, histórico etc.”
penso eu que se o museu é uma instituição com tais atribuições, o museu deve suscitar reflexões sobre as sociedades que fundamos & sobre o próprio ato criativo, discutindo, o tempo inteiro, a arte, o seu valor & o ato criativo do que chamamos arte.
paul valéry, poeta, escritor & filósofo francês, no seu romance “monsieur teste”, aborda o “processo de criação artística” & coloca a reflexão sobre o “processo criador” como uma condição intransferível & essencial à própria criação. “monsieur teste” é a personalização do ideal do rigor reflexivo. paul valéry tornou-se, por isso, um símbolo do culto permanente à lucidez.
o museu como “monsieur teste”, permanentemente acordado, aceso, em vigília, insone: uma lucidez que tudo via, como se estivesse exposta à luz qualquer ou como se a lucidez estivesse exposta ao dia claro.
lucidez que, quando de noite, na escuridão, acende detrás das pálpebras o dente — que mastiga & auxilia na articulação dos sons & das palavras — de uma luz ardida, uma luz que queima, que machuca de tão intensa, uma luz nua, sem pele, extrema, pura, e que de nada serve: de nada serve porque a lucidez só serve a quem a tem; é um bem intransferível & irrevogável: porém, luz de uma tal lucidez — luz que queima, que machuca de tão intensa, uma luz nua, sem pele, extrema, pura — que mente que tudo podeis.
e nada pode tal luz lúcida: a lucidez de nada serve porque a lucidez só serve a quem a tem; é um bem intransferível & irrevogável.
assim como de nada serve fazer o que seja.
fazer o que seja, qualquer “objeto artístico” (um quadro, uma foto, um poema), é inútil. não fazer nada é inútil também. mas entre fazer & não fazer, mais vale o inútil do fazer. mas fazer para esquecer que é inútil — não, nunca: nunca o esquecer, nunca esquecer que fazer o que seja, qualquer “objeto artístico” (um quadro, uma foto, um poema), é inútil. fazer o inútil sabendo que ele é inútil fazer, sabendo que ele é realização inútil, e bem sabendo que seu sentido será sequer pressentido (o sentido da realização cabe a quem realiza, apenas ao criador — é um bem intransferível & irrevogável): ele — o fazer inútil — é mais difícil do que não fazer, mas dificilmente se poderá dizer, se poderá falar, se poderá declarar, com mais desdém, mais desprezo, mais arrogância, ou então dizer mais direto ao leitor “ninguém” — afinal, nunca se sabe quem, que leitor, as palavras alcançarão — que o feito, que o realizado inutilmente, o foi para ninguém.
o objeto artístico é confeccionado para ninguém: o artista, quando cria, pensa apenas na sua criação artística, no seu desejo de realização artística, nunca numa função para a sua criação ou para quem tal criação servirá. por isso, na arte não há o sentido utilitário, não há o sentido de utilidade, não há o sentido de útil. na acepção literal, a arte é, portanto, algo inútil, feita por alguém para nada nem ninguém.
ainda assim, uma vez confeccionado o objeto artístico (um quadro, uma foto, um poema), beber da sua fonte inesgotável de intenções desobrigadas.
arte: o mais nutritivo & saboroso alimento anímico.
beijo todos!
paulo sabino.
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(do livro: A educação pela pedra e depois. autor: João Cabral de Melo Neto. editora: Nova Fronteira.)
A INSÔNIA DE MONSIEUR TESTE
Uma lucidez que tudo via,
como se à luz ou se de dia;
e que, quando de noite, acende
detrás das pálpebras o dente
de uma luz ardida, sem pele,
extrema, e que de nada serve:
porém luz de uma tal lucidez
que mente que tudo podeis.
O ARTISTA INCONFESSÁVEL
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e dificil-
mente se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
mais direto ao leitor Ninguém
que o feito o foi para ninguém.
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(do site: Youtube. evento: 80 anos do Museu Nacional de Belas Artes. peça: Prelúdio e Allegro. autor: Fritz Kreisler. piano: Katia Ballousier. violino: Priscila Ratto. local: Rio de Janeiro. data: 13/01/2017.)
“Fiquei comovida diante da bela homenagem que presta à grande poeta e querida amiga Natália Correia. Muito grata.
O abraço da
Nélida Piñon”.
(Escritora & membro da Academia Brasileira de Letras — ABL)
meditação (sobre as coisas):
a carne é flor ou conseqüência do seu perfume?
é flor o que designamos ser flor apenas pelas formas que abrigam, pelos formatos da sua carne, ou flor é conseqüência do perfume que exala?
será que o en-canto reside na flor, na sua carne, ou tal encanto provém, antes, do perfume que a flor exala?
por exemplo, o jasmim, flor do meu absoluto delírio (meditação): eu sou um apaixonado por jasmim. não há um pé por onde passe, na cidade do rio de janeiro, e que não demarque em minha memória. sempre que há pelo chão, pego uma, duas, até três flores, e sigo respirando o seu perfume. é quase uma alucinação, uma droga. amo jasmim (as pétalas branquíssimas, e, no seu miolo, uma espécie de sol que a tudo ilumina), sobretudo o seu perfume.
seja o que for a flor, o que a resume é: intensidade — sua forma, suas cores, sua textura, sua delicadeza, sua beleza, seu perfume.
a mão é gesto que a ultrapassa. a mão, sem o gesto que a faça mover-se, não serve de nada. a mão é mão porque, sobretudo, é gesto. o gesto é que é além. porque a mão toca o horizonte que o gesto da mão contém. é o gesto da mão que nos levará a tocar, a alcançar, o horizonte que nos cabe.
o homem canta. e, enquanto canta, o homem dura. porque o seu canto é perceber que a voz prevalece à criatura. semeando seu canto de amor, de bem viver & querer, o homem perdura na força das suas palavras. sabemos que, um dia, não mais faremos parte do convívio social, um dia somos forçados a nos retirar. o que nos faz eternos, duradouros, é o legado destinado aos que ficam.
que sirva sempre à meditação este canto de página, este espaço de prosa em poema.
que prevaleça, por sobre tudo & todos, o canto dos versos.
beijo todos!
paulo sabino.
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(do livro: Poesia completa — O sol nas noites e o luar nos dias. autora: Natália Correia. editora: Dom Quixote.)
MEDITAÇÃO
A carne é flor ou consequência do seu perfume?
Seja o que for
é intensidade que a flor resume.
A mão é gesto que a ultrapassa. O gesto é além.
Porque a mão toca o horizonte
que o gesto da mão contém.
O homem canta.
E enquanto canta o homem dura.
Porque o seu canto é perceber
que a voz prevalece à criatura.
o dia de hoje, 8 de março, é reservado internacionalmente a uma homenagem às mulheres. por essa razão, segue este poema-canção, lindíssimo, que se encaixa perfeitamente ao laurel proposto: versos que falam de mulheres, mais especificamente das mulheres do meu brasil varonil, porém possíveis de serem estendidos a todas as demais mulheres, debuxados por uma grande cantora & compositora & interpretados por outra grande companheira de profissão. eu, desde sempre, desde a minha mãe, desde as minhas tias, sou louco por mulheres, um grande fã. as que conheço & estão ao meu lado são habituadas a delicadezas. inteligentes, protetoras, perspicazes.
gosto muito de gente. gosto de escutar gente, de saber o que pensa, como anda. não seria diferente com as mulheres.
a elas, a capacidade não só de gerar, mas também de armazenar vida latente, vida pulsante. acho comovente mulher barriguda que vai ter menino.
à jurema, nely, joyce, maria, clarice, lya, lygia, marly, nélida, adélia, rachel, orides, cora, cecília, sophia, natália, florbela, cacilda, fernanda, marília, bibi, dolores, clara, gal, nana, rita, elis, elisa, alice, hilda, claudia, patrícia, zélia, e assim sucessivamente, em espiral vertiginosa: muitíssimo obrigado. por tanto, por tudo, agradeço a vocês, mulheres da minha trilha, irmãs porque a mãe natureza fez todas tão belas.
parir, gerar, criar: existir: eis a prova de destino tão valoroso.
a mulher brasileira, no alto a sua bandeira, saúda o povo & pede passagem!
que vocês, mulheres, de um modo bonito, de um modo delicado, conquistem o mundo!
um brinde a elas!
beijo todos!
paulo sabino.
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(do encarte do cd: Maria. artista: Maria Bethânia. autora dos versos: Joyce. gravadora: BMG Ariola.)
MULHERES DO BRASIL
No tempo em que a maçã foi inventada
Antes da pólvora, da roda e do jornal
A mulher passou a ser culpada
Pelos deslizes do pecado original
Guardiã de todas as virtudes
Santas e megeras, pecadoras e donzelas
Filhas de Maria ou deusas lá de Hollywood
São irmãs porque a Mãe Natureza fez todas tão belas
Tão belas
Ó Mãe, ó Mãe, ó Mãe
Nossa Mãe, abre teu colo generoso
Parir, gerar, criar e provar nosso destino valoroso
São donas de casa, professoras, bailarinas
Moças, operárias, prostitutas, meninas
Lá do breu das brumas vem chegando a bandeira
Saúda o povo e pede passagem a mulher brasileira
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(do site: Youtube. áudio extraído do álbum: Maria. artista & intérprete: Maria Bethânia. canção: Mulheres do Brasil. autora da canção: Joyce. gravadora: BMG Ariola.)