ANTIMÉTODO
3 de abril de 2013

Estante anti-método

(Na foto, a estante que é, em si, o próprio antimétodo.)
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para mim não existe método à leitura dos livros de poesia. (e à de quaisquer outros.)
 
não existe método à publicação dos poemas neste espaço.
 
a leitura de poesias, as publicações deste espaço, se dão de forma caótica.
 
não há método para leituras, publicações, audições de música: tudo se dá de forma desordenada, tudo se dá de forma desorientada.
 
assim, vidafora, desoriento-me sem qualquer método ou sem qualquer fim (sem qualquer finalidade, sem pragmatismos).
 
desorientando-me sem qualquer método, pode-se dizer que o “antimétodo” é o método de vida escolhido.
 
a orientação: seguir a desorientação.
 
o método: seguir o antimétodo. 
 
vou & não vou, mas vou: na desorientação seguida, na total falta de método, transformações ocorrem: durante o percurso, parte do ser vai, parte do ser não vai, mas o ser — o todo — vai, o ser continua sua caminhada. o ser segue sua sina.
 
vou & não vou, mas vou: caio sem alardes. o que tiver de tombar, o que tiver de cair, o que tiver de despencar, do ser, caia, tombe, despenque, do ser, sem alardes. parte natural do processo: deixar, ao longo da caminho, cair as máscaras que não servem mais enquanto outras novas são forjadas.
 
(caio sem alardes: aquele que se propõe ao antimétodo bem sabe da existência dos riscos de quem se põe ao sabor das errâncias.)
 
o que é & não é: mas é: o ser: eu sou & não sou, tudo ao mesmo tempo já, desordenado, desorientado, contraditório, múltiplo: di-verso.
 
o que é & não é: mas é: o ser: “desorientar-me” é meu método.
 
desoriento-me sem qualquer método: pois “desorientar-me” é a regra, “desorientar-me” é minha escolha, meu método.
 
pouco a pouco, embaralho tudo & nada (assuntos, livros, filmes, discos, os mais diversificados).
 
(vou & não vou, mas vou. o que é & não é: mas é.)
 
sou meu próprio espantalho: fujo de mim mesmo. finjo-me da minha própria esfinge (sempre um enigma): algo de mim me escapa, algo de mim desconheço, algo de mim não alcanço. 
 
(eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter a mesma velha opinião formada sobre tudo: sobre, inclusive, o que eu “nem sei quem sou”…)
 
perdido em meu labirinto, sou o que sou (será o paulo sabino a imagem que o paulo sabino tem de si, perdido em seu próprio labirinto?) ou minto (para mim)?…
 
sou o que sou ou a imagem que projeto de mim é falha? será isso uma regra secreta, uma regra escondida até de mim mesmo (projetar uma imagem equivocada de mim)?
 
afinal, sem qualquer fim (sem qualquer finalidade, sem pragmatismos), desoriento-me sem qualquer método: “desorientar-me” é meu método.
 
ser humano: incompleto, inconstante, inacabado, imperfeito: ser em permanente construção: ser humano: lugar de passagem: ponte entre o que vai fora & o que vai dentro do ser.
 
(vou & não vou, mas vou: o que é & não é: mas é: eu prefiro ser esta metamorfose ambulante. sempre sempre sempre.)
 
beijo todos!
paulo sabino.
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(do livro: Ciranda da poesia — Sebastião Uchoa Leite por Franklin Alves Dassie. autor dos poemas: Sebastião Uchoa Leite. editora: EdUERJ.)
 
 
 
ANTIMÉTODO
 
 
Desoriento-me
Sem qualquer
Método
Ou sem
Qualquer fim
Vou e não vou
Mas vou
Caio sem qualquer
Alarde
O que é
E não é: mas é
Desorientar-me
É meu método
 
 
 
ANTIMÉTODO 2
 
 
Pouco a pouco
Embaralho tudo e nada
Sou meu próprio
Espantalho
Fujo
De mim mesmo
Finjo-me
Da minha própria
Esfinge
Perdido em meu próprio
Labirinto
Sou o que sou
Ou minto? Será isso
Uma regra secreta?

AVISO AOS NAVEGANTES — COLEÇÃO “CIRANDA DA POESIA”
22 de dezembro de 2010

senhores,

o querido professor & poeta italo moriconi, atualmente editor executivo da EdUERJ (editora da universidade do estado do rio de janeiro), organizou a belíssima (e necessária) coleção “ciranda da poesia”. a coleção consiste em sete volumes, todos sobre crítica de poesia contemporânea. sete grandes poetas são analisados por sete grandes profissionais da área literária — poetas e/ou críticos.

como se não bastasse o conteúdo, riquíssimo, em cada livro existe uma antologia organizada por quem escreve o ensaio.

portanto, além de toda a informação sobre a obra do poeta, há alguns poemas que servem de base também ao leitor, para que este possa acompanhar mais de perto o que dizem as linhas críticas. isso é um grande ganho!

compõem a coleção os seguintes títulos:

ANTONIO CICERO
por Alberto Pucheu
;

CARLITO AZEVEDO
por Susana Scramim
;

CHACAL
por Fernanda Medeiros
;

CLAUDIA ROQUETTE-PINTO
por Paulo Henriques Britto
;

GUILHERME ZARVOS
por Renato Rezende
;

LEONARDO FRÓES
por Angela Melim
;

SEBASTIÃO UCHOA LEITE
por Franklin Alves Dassie
;
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recomendo a leitura de toda a coleção com muito gosto!

àqueles que se interessarem em obtê-la, ou em obter alguns livros, deixo, logo abaixo, os contatos da EdUERJ:

telefones: (55) 21 2334-0720 / 2334-0721

e-mails: eduerj@uerj.br / eduerj@gmail.com

site: www.eduerj.uerj.br
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fica a super dica, prezados!

beijo nocês tudo!
paulo sabino / paulinho.