OCUPAÇÃO POÉTICA — TEATRO CÂNDIDO MENDES (4ª EDIÇÃO) — ENCERRAMENTO: GERALDO CARNEIRO & MARTINHO DA VILA
6 de junho de 2016

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(Geraldo Carneiro)

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(Martinho da Vila — Foto: AgNews)

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(Martinho da Vila & Geraldo Carneiro)

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(Martinho da Vila & Geraldo Carneiro — Foto: AgNews)

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(Geraldo Carneiro & Paulo Sabino)

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(Martinho da Vila & Paulo Sabino)

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(Os participantes desta edição do projeto: Paulo Sabino, Flávia Oliveira, Wagner Cinelli, Martinho da Vila, Elisa Lucinda, Zezé Motta, Geraldo Carneiro, Tom Farias, Maria Gal, Ju Colombo, Maíra Freitas — Foto: AgNews)

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(Ao final, Martinho da Vila assinando exemplares do seu livro “Barras, vilas & amores”)

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(A dedicatória do meu exemplar: “Ao Paulo Sabino, este meu ‘Barras, vilas & amores’, com gratidão, Martinho da Vila”)
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“Querido
Saímos todos de alma lavada sim.
A noite foi linda, leve e feliz.
Parabéns pelo seu projeto encantador.
Que venham muitas outras edições…
Bjs
Cléo”

(Mensagem de Cléo Ferreira, esposa do Martinho da Vila, recebida no dia seguinte ao evento)

 

 

Aos interessados, o encerramento da 4ª edição do projeto “Ocupação Poética”, ocorrido no dia 3 de maio (terça-feira), no teatro Cândido Mendes (Ipanema – RJ), com a participação de um elenco estelar: Geraldo Carneiro, Maíra Freitas, Elisa Lucinda, Zezé Motta, Maria Ceiça, Dani Ornellas, Flávia Oliveira, Wagner Cinelli, Ju Colombo, Maria Gal & Tom Farias.

Nos 2 vídeos desta publicação, gravados, montados, editados & produzidos pelo querido músico, produtor & videomaker Felipe Fernandes, a grande surpresa da noite: o poeta, tradutor & dramaturgo Geraldo Carneiro lê “Escuta, cavaquinho!”, a sua primeira parceria com o grande homenageado da noite, Martinho da Vila, parceria até então inédita, integrante do próximo álbum do Martinho, ainda em produção, poema-canção que, segundo o cantor, é a primeira faixa do disco, abre o seu novo trabalho. Na seqüência, Martinho da Vila canta a capella, pela primeira vez em público, “Escuta, cavaquinho!”, apresentando a música ao seu parceiro letrista, que ainda não a conhecia. Notem que o Geraldo Carneiro lê uma versão do poema-canção que, ao virar canção, para caber na melodia desenhada pelo Martinho, sofre algumas transformações/alterações.

Mais uma vez, agradecer imensamente a todos os envolvidos no projeto, e em especial aos participantes desta 4ª edição. Foi linda!

Aproveito para convidá-los para a 5ª edição do projeto, que acontecerá no dia 15 de junho (quarta-feira), a partir das 20h, no teatro Cândido Mendes (Ipanema), com um jovem & talentoso poeta (o mais jovem poeta a integrar o projeto) & participantes muito especiais.

Deixarei, aqui no blog, todas as informações sobre a próxima edição.

Espero que os senhores tenham se divertido tanto quanto nós, participantes, nos divertimos realizando.

Beijo todos!
Paulo Sabino.
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [4ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 03/05/2016. Geraldo Carneiro lê o poema-canção Escuta, cavaquinho!, parceira de Geraldo CarneiroMartinho da Vila. imagens/montagem/edição/produção do vídeo: Felipe Fernandes.)

 

ESCUTA, CAVAQUINHO!   (Geraldo Carneiro/Martinho da Vila)

 

Escuta, cavaquinho, as minhas preces
Senão o tempo passa, a gente esquece
Esquece de aprontar a fantasia
De celebrar a dor e a alegria

Toca comigo pra que o nosso sonho se realize
Ou pelo menos guarde um press-release
Pra que no futuro possam ler
Que houve dois seres que se amaram tanto
Que misturaram a alegria e o pranto

Eu, violão, e você, cavaquinho
Eu, no bordão, e você, no chorinho
Sem saber se era noite ou se era dia
Felicidade?
A gente nem sabia
Só sabia que vivia no presente
Esse país que é todo eternidade
Com esse sol desfilando em céu aberto
E o resto ganhando forma de saudade
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [4ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 03/05/2016. Martinho da Vila canta a capella a canção Escuta, cavaquinho!, parceira de Geraldo CarneiroMartinho da Vila. imagens/montagem/edição/produção do vídeo: Felipe Fernandes.)

 

ESCUTA, CAVAQUINHO!  (Geraldo Carneiro/Martinho da Vila)

 

Escuta, cavaquinho, as minhas preces
Senão o tempo passa e a gente esquece
Esquece de aprontar a fantasia
De celebrar a dor e a alegria.

Toca pra que um sonho realize
Ou pelo menos guarde um press-release
Pra que um futuro possam ler
Que somos seres que se amam tanto
E que misturam alegria e pranto

Eu, violão, você, cavaquinho
Eu, na canção, você no chorinho
Sem acordar se era noite ou se era dia
Felicidade?
Uma utopia
Que a gente curtia e vivia no presente
Desse país que é todo eternidade
Com esse sol desfilando em carro aberto
E o futuro muito incerto mas já cheio de saudade

NA TRAVESSIA, A SINA VIOLEIRA
20 de maio de 2011

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não é o ninho o lar do passarinho.
 
do passarinho, o lar é o ar.
 
é no ar, plainando, é no ar, traçando as suas rotas, é no ar, desbravando as suas travessias, que vivem os passarinhos. 
 
o ninho é somente dormitório e lugar à cria. mesmo quando passarinho quer descansar, durante o dia, passarinho procura um galho de árvore por folhas encoberto, bem protegido.
 
o lar do passarinho é o ar.
 
e percebam: a palavra “lar”, que também significa “abrigo”, a palavra “lar“, concretamente, abriga o lar dos passarinhos: o ar.
 
assim como os lares dos passarinhos, as nossas moradas se fazem nas nossas travessias, se arquitetam nos caminhos que desbravamos mundo afora, nas rotas que construímos (& que desfazemos) durante a caminhada.
 
a vida é um eterno atravessar…
 
(eles passarão, e eu, passarinho – rs!)
 
a vida é um eterno traçar de rotas. avante sempre, sempre um outro momento: o que é, já foi, e o que será, um dia é, e se vai.
 
nesta travessia, o que eu quero?
 
respondo: eu quero a sina violeira.
 
eu desejo a sina violeira, eu almejo o destino correlacionado às composições musicais, na viola, a sina correlacionada aos violeiros modos (& às modas da viola): 
 
quero viver de “desafio”;
 
amar de “improviso”;
 
e morrer de “repente”.
 
(“desafio”, “improviso” & “repente”: modos & trejeitos que a viola comporta.)
 
eu quero desafios, eu quero improvisos, & eu quero inesperados.
 
uma travessia onde o momento dite o momento, uma travessia onde o dia diga o dia.
 
viver dia após dia, viver um dia de cada vez, e vivê-lo, e vivenciá-lo, com todos os seus ineditismos & as suas singularidades.
 
viver cada coisa no seu próprio tempo, no seu próprio “coisa”.
 
portanto, viver sem pragmatismos. (talvez viver apenas com alguns poucos – rs…)
 
beijo todos!
paulo sabino.
 
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(do livro: O homem artificial. autor: Braulio Tavares. editora: Sette Letras.)
 
 
 
TRAVESSIA
 
O lar
 
do passarinho
 
é
 
o ar
 
não
 
é
 
o ninho.
 
 
 
SINA VIOLEIRA
 
 O que eu quero
é viver de desafio
amar de improviso
e morrer de repente.