(Na ponta esquerda: Cristiano Menezes & Luis Turiba; ao lado, os convidados dos poetas participantes: Luca Andrade & Fernando Reis.)
(Na ponta esquerda, os poetas participantes da primeira noite, 09/09, Cristiano Menezes & Luis Turiba; ao lado, o grande compositor & poeta Tavinho Paes, que estava na platéia, e Paulo Sabino.)
(Do lado esquerdo, o poeta participante Claufe Rodrigues & sua convidada, a escritora & cantora Mônica Montone; do lado direito, o poeta participante Mauro Sta Cecília & seu convidado, o guitarrista & cria Julio Santa Cecília.)
(Os poetas participantes da segunda noite, 10/09, Claufe Rodrigues & Mauro Sta Cecília, acompanhados dos seus convidados, mais os poetas participantes do projeto, Cristiano Menezes, que abriu a noite da segunda edição, e Salgado Maranhão, participante da primeira edição.)
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Aos senhores, 4 vídeos da 2ª edição do projeto “Ocupação Poética”, ocorrido nos dias 9 (quarta-feira) & 10 (quinta-feira) de setembro, no teatro Cândido Mendes (Ipanema – RJ), com a participação de 4 feras da poesia contemporânea: Luis Turiba, Cristiano Menezes, Mauro Sta Cecília & Claufe Rodrigues!
Em 3 vídeos, este que vos escreve recita 3 poemas de 3 sofisticados poetas: Waly Salomão, Gilberto Gil & Tavinho Paes. No quarto & último vídeo, o encerramento da primeira noite, que teve direito a “Parabéns pra você” com bolo surpresa para o aniversariante da noite (09/09), o poeta participante Cristiano Menezes.
Mais vídeos chegarão!
Divirtam-se!
Beijo todos!
Paulo Sabino.
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [2ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 10/09/2015. Paulo Sabino recita Fábrica do poema, poema de Waly Salomão.)
FÁBRICA DO POEMA (Waly Salomão)
sonho o poema de arquitetura ideal
cuja própria nata de cimento encaixa palavra por
palavra,
tornei-me perito em extrair faíscas das britas
e leite das pedras.
acordo.
e o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
acordo.
o prédio, pedra e cal, esvoaça
como um leve papel solto à mercê do vento
e evola-se, cinza de um corpo esvaído
de qualquer sentido.
acordo,
e o poema-miragem se desfaz
desconstruído como se nunca houvera sido.
acordo!
os olhos chumbados
pelo mingau das almas e os ouvidos moucos,
assim é que saio dos sucessivos sonos:
vão-se os anéis de fumo de ópio
e ficam-se os dedos estarrecidos.
sinédoques, catacreses,
metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro.
não deve adiantar grande coisa
permanecer à espreita no topo fantasma
da torre de vigia.
nem a simulação de se afundar no sono.
nem dormir deveras.
pois a questão-chave é:
…..sob que máscara retornará o recalcado?
(mas eu figuro meu vulto
caminhando até a escrivaninha
e abrindo o caderno de rascunho
onde já se encontra escrito
que a palavra “recalcado” é uma expressão
por demais definida, de sintomatologia cerrada:
assim numa operação de supressão mágica
vou rasurá-la daqui do poema.)
pois a questão-chave é:
…..sob que máscara retornará?
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(do site: Youtube. áudio extraído do álbum: A fábrica do poema. artista & intérprete: Adriana Calcanhotto. canção: A fábrica do poema. música: Adriana Calcanhotto. poema: Waly Salomão. gravadora: Epic.)
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [2ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 10/09/2015. Paulo Sabino recita A paz, poema-canção de Gilberto Gil.)
A PAZ (Gilberto Gil)
A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos ais
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(do site: Youtube. áudio extraído do álbum: Unplugged MTV. artista & intérprete: Gilberto Gil. canção: A paz. música: João Donato. versos: Gilberto Gil. gravadora: Warner Music.)
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [2ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 09/09/2015. Paulo Sabino recita Saudade, poema de Tavinho Paes.)
SAUDADE (Tavinho Paes)
saudade é perfume raro
cheiro de gente
para quem tem faro
sentimento que independe
de consentimento
emoção que nunca é descartável
carta que sente falta do baralho
saudade é chuva
que só chove no molhado
assunto delicado
que não dá para negociar
ninguém leva vantagem
em esquecer
de quem deve lembrar
nem com quem deve sonhar
mas, será que há alguém
que tem coragem de sonhar
com alguém que ama
…e acordar?
neste mundo existem milhões
que nunca disseram a ninguém
EU TE AMO
além de outros zilhões
que nunca ouviram isto de alguém
e mesmo assim
saudade todo mundo tem
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(do site: Youtube. projeto: Ocupação Poética [2ª edição] — Teatro Cândido Mendes. local: Rio de Janeiro. data: 09/09/2015. Encerramento da noite, por Paulo Sabino, e o Parabéns pra você ao poeta aniversariante Cristiano Menezes.)