“Tudo são trechos que escuto: vêm dela
Pois minha mãe é minha voz”
(Caetano Veloso, Jenipapo Absoluto)
benvindos,
abaixo, três poesias delineadas em três diferentes momentos: a primeira, ainda bem jovem, com uma citação-homenagem a pessoa (o fernando); a segunda, debuxada mais à frente, com elisa lucinda à cabeça; a terceira, há menos tempo, a mais recente de todas.
beijo grande!
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(textos de paulo sabino, todos dedicados à sua mãe, jurema armond)
canção da minha cantiga
teus olhos tua voz tuas asas
cobrem-me com um manto
cujos fios, feitos de puro remanso
próprios para cicatrizar minhas chagas
alçar de puro amor meu sentimento
por ti, no azul amor do teu firmamento
e obter, na beleza do que é acessível
o momento de ti, imarcescível
olvidar ao teu lado consigo
os dissabores pregados pela vida
mastigar e cuspir longe a ferida
me faz, sempre, a tua sombra amiga
primor de mulher que recebi
sou em ti, por ti e de ti
essência do verso apurado e estreme
tempo de eros e pensamento perene
sou todo teu como a lua é dos amantes
arrefeces o caminho dissonante
diva, sopro da vida
canção da minha cantiga
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estréia
te escrevo porque
te mereço,
porque és diva,
a dama divina
— mulher maravilha
da minha ilha
cercada de carinhos
por todos os lados —.
todos os cafunés, todas as lágrimas e desabafos
é onde me acabo em ti.
por ti meu riso ri,
por isso minha prece,
minha missa.
minha oração se aquece
em teus escaninhos, teus desalinhos, teus achados.
assim é que te amasso,
te acho,
te cato.
porque humana sem desacato.
eu te amo e é outra estréia,
sem vida histérica,
sem amor estéril.
pelo contrário, é amor de império,
o carinho sem enterro e cemitério,
a poesia livre de impropério.
és o meu hemisfério,
o meu norte,
os versos sem corte.
eu te amo e não há miséria,
há beleza, há estética
— revelação, reverberação
que insiste
em mostrar ao mundo triste
que, aqui, o amor existe:
firme
forte
em riste —.
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conforto na morada
uma vista que me é comum:
em minha cadeira sentado
no quarto que ocupo
e ela, deitada em seu sofá
confortavelmente
atenta
— olhos suspensos no ar —
à música
que ventava em seus sentidos.
no meu canto
vendo-a
de canto
denso do canto que me vinha.
uma vista que me é comum
— posto que
ocupa a minha vida:
música-mãe
, na morada ,
pura poesia
decantada.
“conforto na morada” é uma pérola
ô, mariano,
que beleza!…
um beijo.
Paulinho,
Quero a sua autorização para postar o seu poema “Conforto na morada” em meu blog!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
é claro que você a tem, meu querido e sempre benvindo!
beijo bom e GRANDE!